Espanha – Recuperação da memória histórica
Antonio María Rouco Varela, cardeal de Madrid, presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) e pirómano político que açulou manifestações contra o Governo democrático, apela à reconciliação.
De que reconciliação fala o agitador que descia à rua a abanar a mitra e a brandir o báculo, à frente de manifestações do PP, sempre que eram votadas leis que chocavam os interesses clericais e afligiam os sectores mais conservadores?
O que pretende o velho franquista, que nunca teve um gesto de arrependimento perante os assassinatos de Franco, que ainda venera, e que só por recato se abstém de propor à elevação aos altares, acrescentando-o às centenas de beatos e santos com que dividiu os espanhóis, ajudado pelo Vaticano?
O cardeal do Opus Dei deseja evitar a «recuperação da memória histórica», isto é, a averiguação sobre centenas de mortos que jazem em valas comuns, tombados pela fúria assassina do franquismo com a cumplicidade da ICAR y la gracia de Dios.
Quem agora fala de «perdão e amor fraterno» é o bispo medieval com ódio à laicidade e alma de inquisidor. É o lobo, após o banquete, a apelar à reconciliação entre a alcateia e os cordeiros.
Rouco Varela é o exemplo da intolerância, avatar dos inquisidores que assaram hereges em nome da Contra-Reforma num país onde o espírito aberto da Reforma não entrou.
A violência e a vingança foram demasiado cruéis nos dois lados da guerra civil que dilacerou Espanha (1936/39). O clero católico foi vítima, primeiro, e, depois, algoz, mas hoje, enquanto uns cadáveres são elevados a santos e mártires, outros jazem no anonimato de valas comuns que Rouco Varela quer definitivamente esquecidas.
O pirómano veste a farda de bombeiro na presidência da CEE, reunida esta semana, e, face ao fracasso das manifestações, apela à amnésia por decreto para impedir a exumação do passado e a sepultura condigna dos vencidos.
A verdade é um direito de todos, para que não se repita a tragédia que dilacerou Espanha e horrorizou o mundo, para que nunca mais surjam Francos grotescos e cruéis a oprimir o povo e a assassinar os adversários.
Ponte Europa/Sorumbático
Comentários
a grande alegria da ultima vitória de Zapatero,
foi mesmo a derrota destes gajinhus santus...
há dias o santu padrecu, Bento 16,
tambem falava dos crimes de Estaline...
e eu, para além destes, desgraçadamente reais
só me lembrava,
ocorria,
pensava na acção "bondosa" da santa inquisição
hoje, e ainda, bem presente
p.e. nesta santa igreja franquista,
para além do próprio francu!
triste sina a das gentes que saiem duma e caiem noutra,
ditadura dos iluminados!!!
pqp ou cqp, para não ser machista!!!
abraço
Ficou plantado na sacristia. De quando em quando, soluça: Arriba España!
Até o PP de Rajoy, agora liberto da nefasta influência de Aznar, lhe vira as costas.
Quando o Prof. Martin Ruedo Pons me apresentou à Referência, com v, Insolentíssima,o purporado não sabendo que eu dominava o castellano, comentou para outro da seita das batinas: «Fíjate, Franciso, el tío me parece uno de los rojos portugueses eses que vien aquí armar lios gordos»...
Ficou quase petrificado quando lhe respondi «Y Usted, cardenal, cuantos rojos ha mandado fusilar? Y cuantos ha mismo ejecutado con sus manos santas»?
Terimou aqui a elevadíssima conversa. Não me espanta portanto que este gajo esteja contra Baltasar Garzón, el super juez.
O que possa vir a ser encontrado poderá mostrar ao Pueblo español las manos ensagrentadas de la Iglesia comprometida con el franquismo y, por supuesto los crimens que han sido praticados por curas, bispos, arzobispos y cardenales lacayos de Franco. Rouco Varela es uno de ellos, por supuesto.
Desculpem-me esta mistura linguistica. Mas os crimes cometidos pelos rojos, foram crimes; os cometidos pelos fascistas foram, apenas, execuções em teatro de guerra.
Não me lixem!...
www.aminhatravessadoferreira.blogspot.com
hantferreira@gmail.com
Obrigado pelo seu testemunho.