A dignidade de Manuel Alegre
Em entrevista, hoje, à TSF e ao DN, Manuel Alegre demonstrou, mais uma vez, a grande dignidade que o caracteriza.
Deixou claro que dificilmente teria condições para ser candidato a deputado pelo Partido Socialista, em 2009.
Mas não deixa de ser confrangedor que este arquitecto do sistema democrático em que vivemos, que foi honrado com uma votação de mais de 20% em 2006, nas presidenciais, tenha que ser confrontado com questões como as de saber se: "está mais próximo de Sócrates ou de Louçã".
Sim: De Louçã! Esse simpático político e ilustre Professor de Economia que mal chegou aos 5% de votos, no mesmo dia e na mesma eleição!
Claro que Alegre se mostrou incomodado com tal pergunta.
Como é possível que possa ele, o deputado Manuel Alegre, estar "mais próximo", isto é, rever-se, ou seja, estar na sombra de um Louçã, que mal passou dos 5% dos votos?
Ou do Secretário-geral do seu Partido com quem travou, aliás, uma batalha, em 2004, que fortaleceu e deu "traquejo" ao mesmo Sócrates?
Será que os experientes jornalistas vivem no mesmo mundo político que Alegre?
Ou será que os tais milhão e trezentos mil votos já não são um capital político? Ou deixaram de ser?
Uma coisa é certa, e Alegre disse-o com clareza:
Este PCP, tal como em 75, ainda não pode ser um parceiro político credível.
E este Bloco de Esquerda continua demasiado extremista. Não nos esqueçamos que o BE, por exemplo, apregoa o abandono da NATO e rejeita o Tratado de Lisboa.
Parece, pois, estar muito longe do diálogo com o PS.
Por isso, Manuel Alegre continua e a ser militante do seu Partido de sempre, o PS. Mas, aparentemente, já sem disponibilidade para se candidatar à Assembleia da República.
Veremos...
Deixou claro que dificilmente teria condições para ser candidato a deputado pelo Partido Socialista, em 2009.
Mas não deixa de ser confrangedor que este arquitecto do sistema democrático em que vivemos, que foi honrado com uma votação de mais de 20% em 2006, nas presidenciais, tenha que ser confrontado com questões como as de saber se: "está mais próximo de Sócrates ou de Louçã".
Sim: De Louçã! Esse simpático político e ilustre Professor de Economia que mal chegou aos 5% de votos, no mesmo dia e na mesma eleição!
Claro que Alegre se mostrou incomodado com tal pergunta.
Como é possível que possa ele, o deputado Manuel Alegre, estar "mais próximo", isto é, rever-se, ou seja, estar na sombra de um Louçã, que mal passou dos 5% dos votos?
Ou do Secretário-geral do seu Partido com quem travou, aliás, uma batalha, em 2004, que fortaleceu e deu "traquejo" ao mesmo Sócrates?
Será que os experientes jornalistas vivem no mesmo mundo político que Alegre?
Ou será que os tais milhão e trezentos mil votos já não são um capital político? Ou deixaram de ser?
Uma coisa é certa, e Alegre disse-o com clareza:
Este PCP, tal como em 75, ainda não pode ser um parceiro político credível.
E este Bloco de Esquerda continua demasiado extremista. Não nos esqueçamos que o BE, por exemplo, apregoa o abandono da NATO e rejeita o Tratado de Lisboa.
Parece, pois, estar muito longe do diálogo com o PS.
Por isso, Manuel Alegre continua e a ser militante do seu Partido de sempre, o PS. Mas, aparentemente, já sem disponibilidade para se candidatar à Assembleia da República.
Veremos...
Comentários
A "falta de espaço político" na esquerda do PS, evidente nesta entrevista à TSF e ao DN dada por Manuel Alegre é, para além da dignidade inerente, absolutamente confrangedora.
Na realidade, verifica-se no PS iniciou uma sistemática "contracção" em redor de José Sócrates, retirando-lhe o pluralismo que sempre o caracterizou e acabará por retrair - amputar - o seu campo de abrangência política.
As questões com Manuel Alegre, Ana Gomes, as quezílias na Educação, a crispação nas FFAA's, entre outras, podem fazer a diferença na ambição de re-conquistar a maioria absoluta.
O PS está, agora, a tratar Manuel Alegre do mesmo modo que, no tempo de Soares, fustigou Salgado Zenha.
E, como todos nos lembramos, os resultados à posteriori foram bem dolorosos...