Legislativas 2009: primeiras impressões...
As eleições legislativas de 2009 trouxeram, ao contrário do que era suposto, uma maior clarificação política ao País.
A vitória do PS confere-lhe legitimidade para governar o País neste momento de crise e dificuldades.
O somatório individual das opções que emanaram da expressão do corpo eleitoral permite um sem número de acertos, acordos e até coligações pós-eleitorais.
Mas o fundamental, é como afirmou, José Sócrates, o partido tem de continuar a promover a abertura política que, segundo as suas palavras, “veio para ficar”.
Estas eleições ao retirarem a maioria absoluta ao Partido do Governo e o eleitorado ao proceder a uma “nova” redistribuição de votos, deu um sinal importante: o princípio do fim da “bipolarização”.
De futuro, para Governar será necessário negociar, dialogar, “parlamentar”...
E a orientação dos acordos que vierem a concretizar-se, neste momento, permitem a qualquer português conhecer a direcção e o sentido da governação. A Direita não faz favores. O CDS não é uma muleta para a um política socialista por mais moderada que seja…
O mais expressivo politicamente e, talvez, o mais significativo resultado, não deixa de ser a persistência de uma clara maioria sociológica e política de Esquerda. Maioria que foi de, algum modo, canibalizada, por uma governação com maioria absoluta, de certo modo à revelia de pressupostos ideológicos, demasiado pragmática, que suscitou – muitas vezes - a oposição dos partidos à sua Esquerda e, consequentemente, deu dividendos à Direita.
Todavia, esta maioria de esquerda é, para já, uma mera constatação numérica. Não corresponde a nada no aspecto político, e se não conseguir encontrar uma solução operacional capaz de assumir, sem peias, uma concepção de esquerda na área da governação, a depredação continuará. O PS perdeu meio milhão de votos!.
Como dizia um famoso general: mais uma vitória como esta, será a derrota final...
O outro grande desafio deste momento é provar aos portugueses que a Esquerda tem capacidades, valores, sensibilidade social, potencialidades técnicas e um suporte ideológico aberto para ultrapassar a crise (nomeadamente o desemprego), reanimar a economia, encetar a caminhada do desenvolvimento.
Enfim, convergir com a UE!
Comentários