Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
O cardeal Policarpo foi muito explícito sobre a oportunidade e as circunstâncias do anúncio. Disse: "Se me pergunta se eu gostava que tivesse sido simultâneo, gostava. Não aconteceu e não há problema nenhum nisso".
O comunicado emitido pela PR no dia 24.09.2009, tem algo de estranho na sua redacção.
"Papa Bento XVI visita Portugal no próximo ano.
Sua Santidade o Papa Bento XVI efectuará uma Visita a Portugal no próximo ano, em resposta ao convite que lhe foi endereçado pelo Presidente da República.
Para lá do programa oficial, Sua Santidade o Papa Bento XVI deslocar-se-á ao Santuário Mariano de Fátima, onde presidirá às cerimónias religiosas de 13 de Maio."
Isto parece-me um daqueles produtos de marketing que inovaram o mercado ao criarem o conceito: "2 em 1"
O Papa desloca-se a Portugal para concelebrar no "Santuário Mariano de Fátima" e como se verifica em todas estas peregrinações apostólicas que o papa promove segundo uma estratégia bem definida cumpre, paralelamente, um programa protocolar com as entidades oficiais do País anfitrião?
Ou o Papa vem a Portugal em visita de Estado, com um programa oficial (que ainda não foi divulgado), e como refere o comunicado PR citado acima ...para além do programa oficial vai a Fátima?
Num segundo comunicado, do mesmo dia, face a perguntas colocadas à Presidência da República por alguns órgãos de comunicação social veio revelar que o conteúdo e o momento desta visita, tinha sido acordado com o Vaticano, por via diplomática...
Portanto, por conteúdo, é de supor que o PR tenha discutido com o Vaticano, através do nosso embaixador na Santa Sé, se em 13 de Maio de 2010, será uma missa cantada, um Te-Deum ou uma novena...
Supõe à revelia da Conferência Episcopal Portuguesa...
Porque quanto ao momento o facto de a visita se realizar a 13 de Maio de 2010, e não em qualquer outra data, esclarece tudo.
O que me parece estultícia é a pia convicção de um presidente de Estado laico de que será capaz de inteferir com os movimentos estratégicos dos papas pelo Mundo.
O melhor é conhecer a razão porque
os pontífices romanos abandonaram a auto-reclusão a que se remeteram depois do Tratado de Latrão.
Finalmente:
O que seria necessário esclarecer, e não foi, é se a projectada deslocação do Papa a Portugal é uma mera retribuição da visita efectuada ao Vaticano pelo casal Aníbal e Maria Cacavo Silva, católicos praticantes e, por coincidência do momento, Presidente da República e respectiva esposa...
E se está prevista alguma visita a Boliqueime...
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De qualquer maneira, não me parece que a noticia tenha tido um grande impacto, o prior de Roma não é lá muito popular.