Uma esfarrapada e estratégica “guerra de índices”…
Existem vários índices que avaliam a incidência de casos, os factos, a qualidade, a evolução, etc.
Que, ao fim e ao cabo, são indicadores fundamentais para a avaliação dos investimentos e regulam toda a actividade produtiva, de recursos humanos, etc.
Muitos de nós já ouvimos falar, p. exº., do índice de mortalidade infantil em que Portugal ocupa um lugar destacado na Europa e no Mundo.
O ínidice de mortalidade infantil (taxa de mortalidade/ 1000 nascimentos) prevista para Portugal, em 2008, era de 4,85 mortes/1000 nascituros, abaixo da média da UE (5,84 mortes/1000).
Por cá, em tempos de campanha eleitoral, só se fala de PME’s...
Toda a gente quer apoiar as PME’s porque elas são o sustentáculo da nossa economia e meio eficaz para travar o crescimento do desemprego. Este slogan é repetido até à exaustão…!
Mas já alguém ouvi falar sobre índice de mortalidade empresarial?
Bem, segundo o Eurostat é o mais elevado da Europa. À volta dos 15%
Só em Agosto passado, com as elites empresariais “plantadas” com as famílias, carro(s), barco(s) e cães de estimação, nos resorts algarvios, mediterrânicos ou no Pacífico, “morreram” 5.200 empresas – grande parte delas PME´s, porque das grandes empresas multinacionais restam poucas.
Alguém sabe o que é índice de sobrevivência empresarial?
Bem. Segundo estatísticas da Comissão Europeia, 25% das empresas portuguesas, um ano depois da sua constituição e início de produção, são obrigadas a fechar. Isto é, um quarto das novas empresas. (Em Espanha, terras de aqueles nuestros hermanos que querem mandar cá - o índice é de 14%).
Foram situações desta gravidade que levaram, Joaquim Cunha, presidente da PME’s – Portugal, a criar uma figura económica tétrica: a existência de um genocídio empresarial no nosso País…
Alguém sabe o que sucedeu às PME´s, em 2005?
Estamos no fim do período Barrosista/Santanista, ainda sem intervenção do Governo de Sócrates.
Bem, neste ano “desapareceram” 130.000 PME’s – a maioria com menos de 10 trabalhadores – e perderam-se 196.000 postos de trabalho…
E, podíamos continuar a questionar se o sector produtivo nacional - que a crise vem destruindo – deveria ser (ou não) apoiado financeiramente por sectores estratégicos ou por “grosso”.
No início da crise as PME´s do sector têxtil e do calçado foram duramente atingidas, sendo o parque industrial sobrante, neste área, residual. E os sobreviventes operaram uma viragem estratégica: abandonaram a produção em grande escala para concentrar-se na pequena produção de alta qualidade e com produtos finias destinados a um pequeno segmento de mercado (endinheirado).
Com o desenvolvimento da crise estão em risco os sectores da construção civil e automóvel.
Os apoios às PME’s são uma opção político-económica consensual. Mas não são uma opção universal, do tipo “isto é para todos”.
O Estado não é um banco comercial ou de investimento. Mas olhando para os números expressos acima qual o risco de um empréstimo a contratualizar entre um banco e a uma PME, sabendo que o índice de sobrevivência a 1 ano é de 75% (fecham 25%).
O apoio às PME’s deve ser um apoio selectivo. Baseado numa estratégia de mercado, produção e de investigação que as “novas empresas” não têm, nem o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) tem capacidade de elaborar planos estratégicos de desenvolvimento, a tempo e a horas, para todas as empresas.
A verdade é que - antes de equacionar todos estes problemas - a primeira reacção da maioria dos políticos de Direita e grupos de economistas concertados com estratégias financeiras e/ou empresariais, foi lesto a condenar qualquer intensificação do investimento público (grande e médio). O pequeno investimento foi tolerado como prémio pela insistência e, porque, criava postos de trabalho no imediato. Era dificil combatê-lo.
Os grandes investimentos nacionais como o TGV e NAL foram apelidados de “faraónicos”. Mais o primeiro, do que o segundo, embora seja difícil encontrar ao nível económico as razões (que as há…). O NAL deve ser feito, porque é uma”escolha” da CIP e outras associações empresariais correlativas e, favorece os investimentos do grande capital ma margem Sul do Tejo, interessa à Lusoponte, à Mota-Engil (pedreiras em Alcochete) e, finalmente, porque os promotores esperam “arrastar” na onda, a privatização da ANA – uma das mais lucrativas empresas públicas. Ficamos sem saber se só a privatização da ANA, paga ou não o NAL. Entretanto, MFL, anda pelo País a fazer uma campanha de terror financeiro, afirmando que estamos no caminho de nos endividarmos até aos nossos netos ou bisnetos (depende do humor momentâneo da Senhora…)
As campanhas eleitorais são dos piores momentos para discutir os problemas fulcrais do desenvolvimento do País.
E torna-se tanto mais difícil o discernimento quanto mais longe estivermos de uma real e genuína Regionalização…
De maneira que, até ao próximo 27 de Setembro, o melhor será deixar “assentar a poeira”…
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