Alemanha vai a votos defendendo o Estado Social

Quer o SPD, quer a CDU, defendem o reforço do salário mínimo, quer o apoio aos mais pobres com vista a manter a coesão social na Alemanha.
Segundo esta notícia, o abono de família aumentou "agora de 164 euros por mês por cada filho, para todos os pais, independentemente do salário."
Ou seja, na Alemanha mantém-se a concepção da universalidade e da igualdade das prestações sociais, especialmente no que respeita às politicas de natalidade.
Portugal desviou-se desse caminho, sobretudo desde Bagão Felix.

Sempre entendi que a relação (activa ou passiva, isto é como devedor e como credor) com a Segurança Social, tal como com o Serviço Nacional de Saúde,deveriam ser universais. Só assim as classes mais ricas sentem que o Estado não é apenas fonte de obrigações, mas também um factor de coesão social e de apoio a políticas sociais e de família.

No que respeita ao abono de família, as razões subjacentes à opção alemã são as de favorecer a natalidade entre as mulheres mais qualificadas, com melhores empregos e melhores salários.
É sabido que estas mulheres muitas vezes adiam a maternidade e têm uma taxa de natalidade muito baixa, quando teriam, à partida, melhores condições de educação das gerações futuras, devido ao seu nível cultural, social e económico.

Sei que escrever isto em Portugal é uma heresia. Mas só com pensamento crítico se avança. Até porque o nosso país se depara - à semelhança da Alemanha - com uma grave crise de natalidade, em especial junto das mulheres mais educadas e com maior sucesso profissional.

Um abono de família mais generoso, também para estes casais, poderia criar uma dinâmica social e cultural mais favorável a uma taxa de natalidade mais adequada para o equilíbrio demográfico.

Comentários

Rosalvo Almeida disse…
Sendo certo, por outro lado, que, se há pouco para distribuir, dar mais a quem tem menos pode ser um factor de equidade.

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