Bodo aos pobres...
A situação política e social nos países de maioria muçulmana no Norte de África e no Médio Oriente, como temos vindo a observar, é explosiva.
As causas profundas desta crise são múltiplas e vão desde a corrupção, passando pelo despotismo até ao “código de vida islâmico” ...
Estas situações têm merecido a complacência – quando não o apoio público - do Ocidente em nome de equilíbrios políticos que têm como denominador comum a estabilidade. Muita dessa estabilidade tem um cheiro nauseabundo, uma consistência viscosa e cor castanho escuro, i. e., o petróleo…
Mas, tomemos como exemplos dois países em “convulsão”: O Bahrein e a Líbia.
Perante a “onda” de descontentamento popular, face aos “dias de raiva” que fizeram – para além da repressão - os vitalícios déspotas?
No Bahrein, o emir Hamad bin Issa al-Khalifa distribuiu 3000 US dólares por cada família para assinar o “10º. aniversário da Carta de Acção Nacional” e “como prova de apreço ao povo”… link
Na Líbia, Muammar al-Khadafi propôs a duplicação dos salários dos funcionários públicos… link
Chama-se a isto “atirar dinheiro” para cima dos problemas, tentando "afogá-los". Para povos “em fúria” não resulta. Primeiro, porque todos se interrogam “porquê só agora?”. Segundo, estes gestos são o implícito reconhecimento que antes algo lhe estava a ser subtraído, em nome de quê?.
Depois, estas “manobras” acabam por desencadear uma espiral de reivindicações:
- Porquê 3000 dólares e não 30 000?
- Porque duplicar ordenados e não triplicá-los?
Os protestos de rua não são uma quermesse onde se fazem peditórios, se rifam objectos e se distribuem benesses. São manifestações de profundo descontentamento que têm como objectivo derrubar regimes corruptos, ditatoriais e sanguinários.
Tentar enfrentar revoltas políticas e sociais como se fosse um festim – daqueles que propiciam aos magnânimos senhores encenar um bodo aos pobres – é perder a visão política, escarnecer da pobreza, dourar a indecência e mostrar a chantagem e/ou revelar o suborno. Isto é, em vez de sanar problemas, exacerba-os.
As causas profundas desta crise são múltiplas e vão desde a corrupção, passando pelo despotismo até ao “código de vida islâmico” ...
Estas situações têm merecido a complacência – quando não o apoio público - do Ocidente em nome de equilíbrios políticos que têm como denominador comum a estabilidade. Muita dessa estabilidade tem um cheiro nauseabundo, uma consistência viscosa e cor castanho escuro, i. e., o petróleo…
Mas, tomemos como exemplos dois países em “convulsão”: O Bahrein e a Líbia.
Perante a “onda” de descontentamento popular, face aos “dias de raiva” que fizeram – para além da repressão - os vitalícios déspotas?
No Bahrein, o emir Hamad bin Issa al-Khalifa distribuiu 3000 US dólares por cada família para assinar o “10º. aniversário da Carta de Acção Nacional” e “como prova de apreço ao povo”… link
Na Líbia, Muammar al-Khadafi propôs a duplicação dos salários dos funcionários públicos… link
Chama-se a isto “atirar dinheiro” para cima dos problemas, tentando "afogá-los". Para povos “em fúria” não resulta. Primeiro, porque todos se interrogam “porquê só agora?”. Segundo, estes gestos são o implícito reconhecimento que antes algo lhe estava a ser subtraído, em nome de quê?.
Depois, estas “manobras” acabam por desencadear uma espiral de reivindicações:
- Porquê 3000 dólares e não 30 000?
- Porque duplicar ordenados e não triplicá-los?
Os protestos de rua não são uma quermesse onde se fazem peditórios, se rifam objectos e se distribuem benesses. São manifestações de profundo descontentamento que têm como objectivo derrubar regimes corruptos, ditatoriais e sanguinários.
Tentar enfrentar revoltas políticas e sociais como se fosse um festim – daqueles que propiciam aos magnânimos senhores encenar um bodo aos pobres – é perder a visão política, escarnecer da pobreza, dourar a indecência e mostrar a chantagem e/ou revelar o suborno. Isto é, em vez de sanar problemas, exacerba-os.
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