LACÃO - deslizes, trapalhadas, inocências, etc...

Será difícil - para os portugueses - um lúcido e tranquilo entendimento acerca das recentes "movimentações" do ministro Jorge Lacão sobre assuntos que versam a reforma político-eleitoral, à revelia do próprio Executivo e em contra-corrente com o grupo parlamentar socialista - suporte político do Governo e protagonista institucional de uma eventual revisão da Lei Eleitoral.
A imagem que o prolixo ministro transmite para o exterior é de uma completa descoordenação política entre ele e o Governo a que pertence e de um total desacerto entre o encarregado dos assuntos parlamentares e os deputados do seu partido...

Claro que o Sr. Ministro tem a liberdade de exprimir opiniões pessoais. Mas um ministro não pode ser só um livre opinador [ou pensador]. Precisa de mais [e outras] qualidades...

O aproveitamento pelo PSD deste deslize de Jorge Lacão foi imediato, envolvente e oportunista. Uma das razões evocadas pelo líder da bancada social-democrata, Miguel Macedo, para aceitar reunir com o ministro "transviado", foi ... a proximidade do Congresso do PS. Facto que, por si só, levaria qualquer político, com um mínimo de bom senso, a engeitar tão picaresca reunião.

Ao contrário do que afirmou Francisco Assis este episódio não é - politicamente - um "assunto encerrado". Esse seria mais um erro: caucionar uma "política de avestruz". Caberá ao Secretário-Geral do PS encerrar o assunto [...que, aliás, deveria ter morrido à nascença]. Ou seja: o seu a seu dono.

Comentários

´Concordo inteiramente com o teor do post. Mas, em princípio, não discordo de uma redução do número de deputados, se não para o mínimo - 180 - aí para uns 200 (ou 201, para evitar empates). Chegavam perfeitamente, e sempre era uma poupança relevante para o Estado.
e-pá! disse…
Caro AHP:

Claro que a redução do número de deputados impõe-se.
Todavia, existe a necessidade de fazer, previamente, estudos técnicos [não concertações político-eleitorais] que garantam a representatividade, no Parlamento, das diferentes correntes políticas organizadas no País.
O Parlamento sendo a "casa da democracia" não deve beliscar o princípio de uma ampla representatividade que, neste momento, parece existir.
Por outro lado, a redução do número de deputados não deve obedecer a mecanismos facilitadores de maiorias [com impacto governamental] que nascem à sombra da eliminação de minorias.
Isto é, eliminar o risco de um bi-partidarismo fechado do tipo britânico ou norte-americano...

Por exemplo, Fernando Nobre, durante a campnha eleitoral para as presidenciais, propôs 100 deputados...! Uma autêntica boutade sem qualquer suporte técnico e político, num contexto de depreciação genérica da actividade política.
Penso que a inciativa para estas mudanças deve ser dinamizada no seio dos partidos e publicamente discutida na sede própria - a AR.
Nunca, um "palpite" individual, por mais idóneo ou interveniente que seja o seu promotor [político].

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