Mudanças no mundo árabe
São tão profundas as modificações que se adivinham no mundo árabe que é impossível o regresso ao passado. As alterações da região apanharam o mundo de surpresa. Nem os EUA, nem a Europa, nem os próprios regimes se deram conta da pressão social que teve a primeira explosão em Tunes e percorreu o mundo árabe, com particular veemência no Egipto.
Os árabes são o único povo que no seu conjunto nunca conheceu a democracia. É difícil saber a dimensão das alterações produzidas pela globalização e a influência do turismo, mas não é difícil adivinhar a revolução dos costumes que o contacto com outros povos e o acesso à Internet vieram provocar.
A região nunca mais será a mesma. Resta saber se a religião permanece inalterável e as mesquitas e madraças não se sobrepõem ao cosmopolitismo e ao saber universitário. O vice-presidente egípcio já ameaçou pôr termo às manifestações numa tentativa de salvar o regime e o próprio Mubarak, que ainda mantém o poder, com o único sacrifício da herança dinástica que reservava para o filho.
O facto de ser a primeira vez que cristãos, muçulmanos, livres-pensadores, mulheres e jovens se unem numa aspiração comum – o derrube da ditadura –, pode ser o prenúncio de uma convivência que não seja vigiada pelas mesquitas e pela polícia e converter a Praça Tahrir no símbolo da liberdade árabe.
Apesar do perigo islâmico, da instabilidade que afectará a própria Europa e da extensão das convulsões árabes, vale a pena apostar nesta revolução de natureza democrática.
Sabemos que o petróleo e a religião são uma mistura explosiva. Resta saber se vencerá a onda democrática em curso, como a que varreu os países da Europa do Leste, após a queda da URSS, ou o retrocesso violento como o que substituiu o execrável Xá do Irão por uma abominável teocracia.
Os árabes são o único povo que no seu conjunto nunca conheceu a democracia. É difícil saber a dimensão das alterações produzidas pela globalização e a influência do turismo, mas não é difícil adivinhar a revolução dos costumes que o contacto com outros povos e o acesso à Internet vieram provocar.
A região nunca mais será a mesma. Resta saber se a religião permanece inalterável e as mesquitas e madraças não se sobrepõem ao cosmopolitismo e ao saber universitário. O vice-presidente egípcio já ameaçou pôr termo às manifestações numa tentativa de salvar o regime e o próprio Mubarak, que ainda mantém o poder, com o único sacrifício da herança dinástica que reservava para o filho.
O facto de ser a primeira vez que cristãos, muçulmanos, livres-pensadores, mulheres e jovens se unem numa aspiração comum – o derrube da ditadura –, pode ser o prenúncio de uma convivência que não seja vigiada pelas mesquitas e pela polícia e converter a Praça Tahrir no símbolo da liberdade árabe.
Apesar do perigo islâmico, da instabilidade que afectará a própria Europa e da extensão das convulsões árabes, vale a pena apostar nesta revolução de natureza democrática.
Sabemos que o petróleo e a religião são uma mistura explosiva. Resta saber se vencerá a onda democrática em curso, como a que varreu os países da Europa do Leste, após a queda da URSS, ou o retrocesso violento como o que substituiu o execrável Xá do Irão por uma abominável teocracia.
Ponte Europa / Sorumbático
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