O IV REICH


A Alemanha, através da sua chancelerina Angela Merkel e do seu ministro das Finanças, vem-se comportando, com inaudita arrogância, como dona da Europa, sobretudo da Zona Euro.


Esse facto é grave em si mesmo. Mas o mais grave é que grande parte dos outros países membros da União Europeia a reconhecem como tal, prestando-lhe uma vergonhosa vassalagem, que no caso do atual governo português desce ao mais baixo grau de abjeção, apenas comparável à figura ridícula do anterior Presidente da França N. Sarkozy – que os franceses tiveram a dignidade de despedir nas últimas eleições – a saltitar ao lado de Merkel como um macaquinho amestrado.

A Alemanha está assim em vias de conseguir, pelo poder do dinheiro, aquilo que Hitler não conseguiu pela força das armas: a hegemonia alemã sobre a Europa.

Tal só é possível devido à pusilanimidade e à falta de estatura política dos governantes dos outros países membros da União Europeia e dos dirigentes dos órgãos desta, a começar pela Comissão de Durão Barroso. Com efeito, as normas dos Tratados da União não permitem que um só país imponha a sua vontade a todos os outros.

Não há entre os governantes europeus ninguém capaz de bater o pé à Sr.ª Merkel. Com a queda do lambe-botas Sarkozy esperava-se isso de François Hollande; mas essa esperança depressa se desvaneceu.

Por outro lado, perderam-se por completo os ideais fundadores da União. Não há entre os membros desta qualquer solidariedade, qualquer ideia estratégica, qualquer visão de futuro. Cada um defende unicamente os seus próprios interesses conjunturais.

Só a Alemanha e a Sr.ª Merkel têm uma ideia para a Europa: transformá-la no IV Reich alemão.

A continuarem as coisas assim, é para isso que caminhamos.

Comentários

soudocontra disse…
Na "mouche"!Mas há que encontrar a maneira de mudar este (que não é de agora, claro, nem pensar) estado de coisas e... aí é que está o busílis. Veremos!
soudocontra disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
AHP:

Quando a Alemnha precisa de ser europeia a Sr.ª Merkel quer uma Europa alemã.
e-pá! disse…
Quem se lembra, por exemplo, que no primeiro semestre de 2013, a República da Irlanda preside, nos tão discutidos 'mecanismos de rotatividade', à União Europeia?
De 2008 para cá, a efectiva presidência (e a 'presidente') nunca saiu de Berlim.
As instituições europeias são 'um verbo de encher'. A começar pelo presidente da Comissão, o nosso conterrâneo Durão Barroso, que exerce o seu cargo com um confrangedor servilismo perante os ditames germânicos, que até 'arrepia'. E que dizer de uma instituição que está no centro da actual crise o Banco Central Europeu e não passa de um decalque do Bundesbank...
Por enquanto, periodicamente ainda se reune o Conselho Europeu, de acordo com a agenda política alemã, onde se senta gente como Passos Coelho, para receber, de viva voz, ordens de Merkel. No futuro, a prosseguir esta rota, será por video conferência ou por facebook. Assim: da Frau Angela para o 'amigo' Pedro...

Como foi possível recuar ao antes da Paz de Vestefália e 'silenciosamente' restaurar o sacro império?

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