O PR, o TC, o Governo e as oposições
Os juízes vão decidir entre o descrédito do Tribunal Constitucional e a transformação do Governo num bando de marginais, digerindo os vários pedidos de fiscalização sucessiva do OE 2013, antes de publicarem o acórdão.
A aliança de inaptos de mau fundo e de académicos de piores vísceras, esperançados na cumplicidade do PR que aprovou o OE 2012 sem que a Constituição lhe tirasse o sono, levou o Governo a reincidir na inconstitucionalidade do Orçamento.
O Governo, na sua deriva autoritária, não contou que o descrédito do PR tinha atingido o limite e que a reincidência na publicação de um orçamento inconstitucional o deixava na situação em que o Governo se colocou. O PR, não suportava uma nova declaração de inconstitucionalidade que os deputados anunciaram previamente requerer, falhada que foi a sua magistratura de influência, que era obrigado a tentar.
A exótica decisão de deixar esgotar o prazo, para promulgação, já foi pouco abonatória. O silêncio ou a inação seriam a certidão de óbito político que procurou adiar. Eis como um Governo que circula na Autoestrada da Constituição em contramão deixou de poder gritar que os outros é que vão pela via errada.
Podem os serviçais avençados vir insultar o PR na vez em que teve razão, por intermédio de Santana e de Marcelo, ou, de forma mais boçal, através de um secretário de Estado ou de um ministro que fazem chantagem sobre o TC, ameaçando com o fim do financiamento pela troika.
Já estão a preparar os membros da central de intoxicação para orquestrarem ataques ao TC e para escreverem artigos de opinião sobre os malefícios da Constituição. Podem dar cambalhotas, com piruetas, e arranjar desculpas. Façam o que fizerem, os partidos que sustentam o Governo nunca mais recuperam a credibilidade, se acaso a tiveram, e perdem as condições para governar.
Foi teimoso o Governo na demência com que insistiu na ilegalidade. É ele o responsável pela grave crise que se avizinha. Os analfabetos políticos e os sábios maléficos agiram de má fé e querem um pretexto para se vitimizarem depois das malfeitorias que fizeram.
Comentários
É mesmo um "habilidoso"!
Eu chamo-lhe um hipócrita e intriguista. Abraço.
Esta é uma espúria concepção de 'constitucionalidade de geometria variável', onde os fins justificam os meios, muito pouco condicente com uma outra condição que ontem - mais uma vez - evocou (de jurisconsulto) para, logo de seguida, desabridamente, adiantar 'sugestões' (... e prazos) ao Tribunal Constitucional.
Isto é, a Direita seja qual for a realidade e as circunstâncias, mantem-se 'patrioticamente' fiel ao seu vasto leque de interesses...