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A mostrar mensagens de março, 2014

Momento zen de segunda_31-03_2014 – DN

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João César das Neves (JCN), megafone ortodoxo do clero reacionário e depositário da herança do concílio de Trento, brindou-nos hoje com uma homilia a que deu o título de “O fósforo e a gasolina” . Execrou a cultura ocidental porque, “após ter tentado (…) revolucionar religião, política e economia”,  “decidiu abalar a família”. Trocou a ordem tradicional pela “libertinagem mais total». Ele lá saberá os meios que frequenta e os hábitos da sua madraça, para dizer que “Foi formulado um axioma sensual, decretando o prazer venéreo como supremo e absoluto” [sic]. Freud veria na obsessão sexual o recalcamento que substitui pelo cilício. Informa que “Os horrores da Revolução Francesa, União Soviética, etc. resultaram do esquecimento da estrutura social natural”. Não explica, basta-lhe a fé. “Também a crise financeira global ou os desastres de automóvel vêm do descuido de velhos princípios de prudência. Nada se compara, porém, com o arrasador mito libertino contemporâneo”, diz JCN.

O pai de Passos Coelho, o fascismo e a intolerância

O pai de Passos Coelho não é um analfabeto embrutecido na paróquia, um salazarista a quem castraram o raciocínio e intoxicaram a mente, um fascista impedido de ler jornais e dedicado a conversas de tasca e a atoardas das alfurjas da reação. É um reacionário com habilitações, o médico que regressou à Pátria ressentido e que foi o presidente da Comissão Politica Distrital do PSD, em Vila Real. É um político cuja ignorância e ressentimento disputa com o filho, um indivíduo que não deu conta da má independência de toda a África colonial e que bolça alarvidades contra quem não podia já fazer uma descolonização. Para se conhecer a minha posição republico um texto que escrevi há tempos: *** Carta sobre a descolonização a velhos fascistas empedernidos Vocês sabem que toda a gente sabe que vocês sabem que não houve descolonizações pacíficas depois das guerras de libertação e do sangue vertido. Vocês sabem que toda a gente sabe que vocês sabem que não há um único exemplo de sucess

COMENTÁRIO A UM ARTIGO DO SEHOR DOUTOR REGATEIRO

O Senhor Doutor Fernando Regateiro publica hoje no diário “As Beiras” um artigo intitulado “Sim a um programa cautelar”, no qual, resumidamente, diz que “a preparação da saída da Troika” (…) “exige sentido de Estado e consensos alargados entre os partidos do arco da governação.” (onde é que eu já ouvi isto?) Defende ainda que “não há condições para uma saída ‘limpa’, à irlandesa.” E que “por isso é essencial um programa cautelar, (…)”. Segundo o Autor, “Neste ponto o PS não tem ajudado – ao exigir uma saída ‘limpa’, está a encostar o PSD às cordas!”  Para tal, segundo entende, “será essencial a solidariedade da família europeia” (sic). E termina com um dramático apelo aos portugueses: “Arregacemos as mangas!”  Salvo o devido respeito, permito-me modestamente discordar. Em primeiro lugar discordo da ideia de Cavaco sobre os “consensos”, que certamente resulta da sua brilhante e original teoria segundo a qual (cito de memória) “duas pessoas bem informadas postas perante os mesm

FRANÇA – eleições municipais

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As eleições municipais francesas revelaram mais do que uma vitória da Direita ou da Extrema-Direita uma contundente derrota do PSF. Em França, estas eleições devem causar ajustamentos políticos. Para a Esquerda europeia são o exemplo e a confirmação de como tempos em que socialistas – ou as novas versões sociais-democratas – foram 'aliciados' para aplicarem políticas liberais, acabaram. A dissimulação neste terreno não é virtuosa e esgota-se muito rapidamente.

Salazar, o governante sério

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Uma mentira pode ser repetida até ao infinito mas não passa a ser verdade. Há quem chame ao abutre de Santa Comba, estadista; incorruptível, ao verme de S. Bento; honrado, ao infame que a censura, a pide, a legião e o medo deixaram que fosse uma cadeira a resgatar a honra que os portugueses não puderam. O antigo dirigente do CADC não tratou da vida mas tirou-a a muitos. O ódio à liberdade aleitado no seminário e assanhado no poder, fez dele uma referência fascista universal, o delinquente que manteve a guerra colonial durante 13 anos, um malfeitor que demitiu insignes professores, prendeu democratas e assassinou adversários. Já poucos se lembram das eleições de Humberto Delgado, onde a vontade popular foi falsificada e a honra de um país enxovalhada. Em 1958, durante a campanha eleitoral publicou o decreto-lei que proibiu a oposição de fiscalizar o funcionamento das mesas de voto. Foi assim que o fascista indigitado, Américo Tomás, «ganhou» as eleições a Humberto Delgado.

A calhandrice de Durão Barroso

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O mordomo da cimeira da invasão do Iraque não é um europeu qualquer, é um europeu alemão com passaporte português. Não duvido do seu europeísmo pró-americano, mas só o vejo como o indivíduo capaz de saquear a mobília da Faculdade para munir a sede de um partido a que, de momento, se encontre avençado. A proposta de um PR eleito com o apoio do PS, PSD e CDS, espécie de União Nacional sem o nojo da ditadura, é uma calhandrice de um refinado reacionário que enxerga no PS vários diletos do PSD, desde António Barreto a Luís Amado. Não podendo ser ele, pouco estimável na ética, no currículo e na dedicação a Portugal, pretende um pulha sem ideologia, um calhordas sem moral, um crápula a quem apenas interesse o lugar de PR e as mordomias. Quer um homúnculo sem escrúpulos, um Barroso qualquer, um traste com uma rosa ao peito, uma seta no coração e o emblema do CDS na cabeça, sem honra nem vergonha. A torpeza de Durão Barroso é o paradigma da Comissão Europeia que ele transformou num

O antissemitismo cristão

Surpreende o vigor com que o cristianismo e, em particular, o catolicismo nega quase vinte séculos de antissemitismo militante, hoje menos virulento do que o islâmico. Martinho Lutero que conhecia a Bíblia tão profundamente quanto a corrupção papal, dizia dos judeus: «são para nós um pesado fardo, a calamidade do nosso ser; são uma praga no meio das nossas terras». (1543) Quanto à ICAR não é preciso recordar o tribunal do Santo Ofício, basta relembrar as declarações papais ou citar as abundantes e descabeladas manifestações de ódio que o Novo Testamento destila. Eloquente, chocante e demente foi a atitude do cardeal da Alemanha, Bertram, ao saber da morte do seu idolatrado führer Adolfo Hitler. Já nos primeiros dias de maio de 1945, com a derrota consumada (a rendição foi no dia 8), ordenou que em todas as igrejas da sua arquidiocese fosse rezado um requiem especial, nomeadamente «uma missa solene de requiem, em lembrança do Führer». Entretanto o católico Salazar decretou três di

Governo, malfeitorias e pinoquices…

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Marques Guedes é o exemplo típico do apparatchik cordial e comedido que vive na obsessão do ‘politicamente correcto’. Trata-se de uma versão revista e aumentada do velho modelo acaciano. Surge lesto a personificar o vulgar navegar, lesto e vazio, pelas margens de ‘uma no cravo, outra na ferradura’. Tem gasto muito da sua energia e tempo a passar por entre os pingos da chuva, tentando não molhar-se. Tem, na realidade, uma missão difícil, para não dizer impossível. É o porta-voz de um Governo imerso num mar de contradições e opacidades e começa a dar sinais de que se esgotou nesta infindável ginástica na (pesada) barra dos equilíbrios instáveis. Já teve oscilações e foi temporariamente ‘reestruturado’ nas suas funções, tendo as suas oraculares dissertações no final dos conselhos de Ministros, sido substituídas por briefings em catadupa conduzidos pelo jovem e afoito secretário de Estado, Pedro Lomba. Não vale a pena recordar estas performances porque dificilmente os portugueses

A diplomacia económica de Paulo Portas

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Ele sabe que a ansiedade mata

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Aznar, um franquista da família dos Aznos e de monsenhor Escrivá

Aznar voltou à ribalta política em Espanha, em acumulação com os negócios e a mulher à frente do município de Madrid. Só não conseguiu a mais alta condecoração americana, porque há, nos EUA, senadores insubornáveis e, em Espanha, jornalistas incorruptíveis.   José Maria Aznar, quando presidente do Governo espanhol, não foi particularmente feliz nas decisões que tomou quando o Prestige demandou as águas espanholas. Foi cúmplice da catástrofe ecológica ao procurar alterar-lhe o rumo em direção à costa portuguesa, em vez de o acolher e ter evitado o naufrágio. Desde então as manchas negras perseguem-lhe a reputação com a violência com que atingiram as praias da Galiza. Mais tarde tomou, em relação ao Iraque, a comovente decisão que inundou de felicidade os falcões dos EUA. Não se limitou a acompanhar Blair na deriva belicista e no apoio incondicional à direita religiosa que dominava a Administração americana. Foi o mentor de um grupo de países, Portugal incluído, que arrastou para uma

Uma hipótese alternativa para a fábula bíblica

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Reflexões sobre um mundo doido

Quando se fala em recuperação económica, lembro-me de que Portugal teve 30 meses sucessivos de queda do produto. Quando se fala da Crimeia, lembro-me do Kosovo. Quando se fala do pouco estimável Putin, lamento que Iulia Timochenko tenha saído da prisão para defender a «eliminação dos russos» numa entrevista publicada na NET, o que levou Angela Merkel a dizer que Timochenko «ultrapassou uma linha vermelha». Quando este Governo de Portas, Cavaco e Passos Coelho fala de um «Documento de Estratégia Orçamental» (DEO), já não tenho dúvidas de que os suplementos da função pública e os cortes das pensões passam a definitivos.

O vizinho da subcave esquerda (Crónica)

O Luís pode ter passado por mim, durante anos, sem eu me ter apercebido. Não recordo quando o conheci, talvez já tarde, depois de ter visto indivíduos de olhar esgazeado que me obrigavam a desviar da sua trajetória para não ser literalmente abalroado quando nos cruzávamos no hall do edifício onde resido. Percorrem a entrada do prédio, vêm cegos, sabem de cor a distância, viram à esquerda e, dois passos depois, descem, absortos, os lances de escadas até à subcave onde o Luís faz a pequena traficância e um grande consumo de droga. Habituei-me a eles, à substituição de alguns que desapareceram, no excesso da dose, por outros que vieram, sem que a clientela sofresse alterações quantitativas visíveis. Apenas dou conta da pressa com que avelhentam, da rapidez com que os dentes os abandonam e da ruína que tão breve os toca. O Luís tem aquele apartamento que a mãe lhe comprou quando presumivelmente o filho lhe destruiu o casamento e a alegria. É lá que às vezes um cobertor de papa se inc

Em defesa do Governo, injustamente acusado

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A comunicação social acusa hoje o Governo de fazer publicidade a determinada marca de automóveis. É injusto. Basta alguém conotá-la com o Executivo, que cada vez menos portugueses toleram, e só prejudicará a referida marca. Passos Coelho foi aconselhado, por um dos numerosos assessores, de que o Governo é um casino e o pagamento de impostos uma oportunidade original para vender rifas de automóveis.  Se lhe dissessem que o pagamento de impostos era uma obrigação cívica, demorava o resto da legislatura a explicar-lhe e não compreenderia. Aliás, a dupla Portas/Passos Coelho, sendo o primeiro mais inteligente e preparado, quis convencer o País de que iam cortar nas gorduras do Estado. Os eleitores caíram no logro porque não sabiam que a perversa dupla chamava gorduras aos funcionários públicos. A evolução político-semântica não se verificou apenas em relação a adjetivos, cujo caso paradigmático é «irrevogável». A eficiência do Estado é um eufemismo para alargar os anos de serviço a

Salazar não era nazi/fascista

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Reflexões acerca do que ouço sobre os canais televisivos

É mais interessante discutir ideias do que pessoas, analisar os factos do que os autores, emitir opiniões do que manifestar estados de alma. Mas como fugir ao estado de sítio montado pelo Governo, com a tropa de choque dos seus avençados a debitar ofensas, preparar emboscadas e intoxicar a opinião pública? Como se pode refletir, e formar a opinião ponderada, com os comentadores do Governo a ocuparem o espaço público, sem contraditório? Marques Mendes e Marcelo são agentes pagos por canais privados. Morais Sarmento é pago pelo público.  Todos segregam o seu veneno sem antídoto,  atacam as oposições e defendem o Governo de Portas, Cavaco e Passos Coelho, pagos para isso. Do PCP e do BE nem de graça os aceitam. Curiosamente, a Sócrates, o único que não se faz pagar, ao que teve a mais vergonhosa campanha de censura para o impedirem de ter acesso à TV pública, ao contrário dos outros, atiram-lhe às canelas José Rodrigues dos Santos, de orelhas em riste, para o contraditório de que

Dos jornais - Notícias do dia

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O sexo dos anjos e a esquerda portuguesa

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Constantinopla já estava cercada pelos turcos otomanos, mas, antes da queda iminente, os teólogos discutiam, com ardor científico, a dúvida perturbadora do sexo dos anjos. Todos sabemos que os zelosos funcionários alados, que a vontade divina distribuiu por rígida hierarquia, não podem ser desprezados, nem que o céu caia em cima dos devotos e eminentes investigadores. Para os menos versados na hierarquia celeste, decalcada da militar, ou vice-versa, aqui fica por ordem decrescente a fauna que povoa o Paraíso: - Serafins, Querubins e Tronos (oficiais generais); Dominações, Virtudes e Potestades (oficiais superiores); Principados, Arcanjos e Anjos da Guarda (subalternos). Convém esclarecer que Lúcifer, caído em desgraça, era um Serafim, não um anjo de segunda linha ou mero alcoviteiro, ao nível do arcanjo Gabriel. A importante discussão não foi interrompida nessa terça-feira, em 29 de maio de 1453, em que o sultão Maomé II destruiu o Império Romano do Oriente e fez de Constanti

Oh, D. Teodora!... porque não vai embora?

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“ A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, deixou aos deputados do PSD uma nova forma de cobrar impostos no pós-troika: taxar os levantamentos que são feitos nas contas bancárias onde são depositados os salários e as pensões. ” link Bem, para a maioria dos portugueses que não são especialistas em fiscalidade esta parece uma forma encapotada e ardilosa de aumentar (mais uma vez) o IVA. Aguardemos, porém, as análises dos especialistas e dos constitucionalistas. Teodora Cardoso preside ao Conselho de Finanças Públicas (CFP). Um órgão “ com a missão de proceder a uma avaliação independente sobre a consistência, cumprimento e sustentabilidade da política orçamental, promovendo a sua transparência, de modo a contribuir para a qualidade da democracia e das decisões de política económica e para o reforço da credibilidade financeira do Estado… ” link . Não existe qualquer equívoco. A presidente deste ‘ orgão independente ’ deslocou-se à reunião do grupo par

Factos & documentos

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Para que a memória não se apague.  Foi Cavaco que deu a pensão a dois pides.

O Estado, as honras e o luto nacional

Salazar levou o luto a milhares de lares portugueses e teve, na morte, direito a três dias de luto nacional e a intensa alegria popular. O luto foi decretado pelo sucessor enquanto os foguetes estralejavam em várias localidades. Não se deve confundir o luto oficial com a dor dos portugueses. O protocolo de Estado tem exigências, rituais que se cumprem em casos tipificados. Os chefes de Estado dos países com os quais temos relações diplomáticas, falecidos  no exercício das suas funções, têm direito a três dias de luto. É essa exigência protocolar que concede três dias de luto aos Papas católicos, não por serem líderes religiosos mas por serem chefes do Estado do Vaticano, quando morrem no exercício das funções, o que só não sucederá com Bento XVI. O suicídio de Hitler foi um alívio e os países que o combateram não decretaram luto. Só Salazar, que tinha relações com a Alemanha e o nazismo, decretou os três dias da praxe. Eusébio teve direito a três dias, Saramago a dois. Amália lev

Morreu Adolfo Suárez

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Morreu Adolfo Suárez um político fulcral na transição do franquismo para a actual democracia espanhola.  Trata-se de um homem oriundo do interior do movimento falangista que ao assumir responsabilidades governativas, após o desaparecimento físico do caudilho, despertou desconfianças nos sectores democráticos.  Viria a revelar-se como um político de Direita, de uma franja esclarecida, inteligente, que cedo percebeu os ventos da história e com determinação conseguiu, por difíceis caminhos, levar a bom porto uma Espanha armadilhada pelo franquismo (foto). Em 1977, consegue organizar eleições democráticas, depois de um interregno de quase 40 anos (correspondente à ditadura franquista). De seguida, consegue liderar um amplo consenso político (incluindo o PSOE e o PCE) no sentido de redigir e fazer aprovar uma nova Constituição de cariz democrático que, referendada em 1978, mereceu ampla ratificação popular.  Será um dos poucos espanhóis a quem a democracia espanhola muito d

Dois milhões de pessoas contestam o Governo, em Madrid

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A amarga ironia da geopolítica e as doces mentiras de conveniência

A Rússia detesta bases da NATO junto ao seu território, seja na Geórgia ou na Crimeia, vá-se lá saber porquê. Não me venham dizer que Putin é comunista e a União Europeia  campeã do direito internacional e baluarte da democracia. A cultura, sensibilidade e circunstâncias fazem de mim um europeísta militante. Teria votado, sem vacilar, a adesão de Portugal à União Europeia quando o PM Cavaco Silva, cujo mérito não lhe coube, negou o direito ao referendo, com o argumento de que ficava caro. A sua formação democrática foi sempre rudimentar. Defendo, continuo a defender, a federação europeia e o aprofundamento da democracia. Penso que já era tempo de termos uma política externa comum, Forças Armadas únicas e o governo central saído do Parlamento Europeu, sabendo que já teria havido decisões que me contrariavam. Mas é assim que entendo a democracia, sujeitar-me à decisão dos que, pensando diferente de mim, ganham as eleições. Entre a Rússia e a UE escolheria a primeira, mas uma coisa

SEGURO CONVIDA O VICE DE MERKEL PARA AS COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL!

O inimaginável aconteceu: noticia o Expresso de hoje que A. J. Seguro convidou para festejar com ele o aniversário do 25 de Abril, participando no megajantar com que os socialistas vão celebrar a efeméride, nada mais nada menos do que…o vice-chanceler da Merkel! Sim, o vice-1º ministro do governo da Merkel, um tal Sigmar Gabriel.  É certo que este se declara social-democrata, e pertence ao chamado Partido Social-Democrata germânico, que por sua vez pertence à denominada Internacional “Socialista”. É certo também que esse partido já foi verdadeiramente social-democrata, designadamente no tempo em que foi dirigido pelo saudoso Willy Brandt; mas hoje é tão social-democrata como o Partido “Social-Democrata” português.Quem se coliga com o partido da Merkel não pode ser socialista; nenhum socialista se aliaria a essa megera. Por isso o tal Sigmar não deve ser muito melhor que ela. Assim sendo, a participação dele nas referidas comemorações é um insulto ao 25 de Abril e ao partido fundado

Madeira – o conselho regional da ‘pescadinha’…

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“ O conselho regional do PSD-Madeira decorria havia 39 minutos e já o 'Jornal da Madeira', órgão totalmente financiado pelo Governo Regional, tornava públicas as conclusões do encontro. O ponto mais importante - o pedido de Miguel Albuquerque para antecipar o congresso para junho - ainda não tinha sido votado, nem o líder, que falou durante uma hora e meia, tinha concluído a intervenção… ”   link . Palavras para quê?  Uma ‘pescadinha’, i. e., aquele ser que antes de ser já o era!

‘Laundromat Portugal’: uma nova marca exportadora?

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Hoje, fomos surpreendidos por aquilo que meio mundo andou a anunciar e a prever à volta do celebrado ‘ Programa de Autorização de Residência para Actividade de Investimento em Portugal (ARI) ’, uma ‘ das estrondosas vitórias ’ de Paulo Portas link . É claro que vai ser anunciado que ‘uma andorinha não faz a Primavera’. Este Governo não mostra capacidade de captar e analisar indícios. Mais depressa aceita transformar o País num vasto alfobre de 'lavandarias de capitais' (do tipo da rede de  laundromats de Al Capone em Chicago nos tempos da Lei Seca e da Grande Depressão). O que para os portugueses que ganham honestamente a sua vida num mercado de trabalho em acelerada ‘desconstrução’, não passa de mais uma humilhação.

Escala de valores

José Medeiros Ferreira teve direito a um voto de pesar da Assembleia da República e a um minuto de silêncio. O patriarca emérito de Lisboa, teve direito a um dia de luto nacional e a vários dias de ruído com o governo de joelhos e o PR em oração. Vale mais um dia ao serviço da religião do que uma vida ao serviço do País.

À medida que o aniversário de Abril se avizinha

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PR, consensos & dissensos …

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Tornaram-se absolutamente fastidiosos e vazios de conteúdo os repetidos apelos do Presidente da República e de membros do actual Governo com vista ao consenso partidário (na prática o PS) para o chamado ‘programa pós-troika’. Hoje, Cavaco Silva face às ‘divergências insanáveis’ anunciadas pelo líder do PS depois de um encontro com o primeiro-ministro em S. Bento link , ocorrido há menos de 1 semana, voltou à carga. O Presidente da República afirmou que o “ melhor programa cautelar que nós poderíamos ter em Portugal é um acordo interpartidário entre as diferentes forças políticas… ”. link . Para já esta declaração para além do caracter relapso, introduz uma pequena nuance. Isto é, a necessidade de um programa cautelar após um duríssimo (devastador) programa de resgate. De certo modo, este facto traduz a percepção presidencial do insucesso resultante da execução do bailout receitado para o nosso País. De facto, o ‘bail(ing)’ existiu, mas o ‘ out ’ não parece garantido.

PE e oportunos acordos ‘pré-eleitorais’…

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Estamos nas vésperas de eleições para o Parlamento Europeu (PE). Não serão muitos os europeus que reconhecem um papel fulcral – quanto a decisões e à capacidade de influenciar a política europeia - ao Parlamento sediado em Estrasburgo e aí residirá a principal motivação do alheamento que se tornou endémico pela UE.  Aliás, o ‘ sentimento europeu ’  vai em direcção à constatação de que as instituições existentes na UE (nomeadamente a Comissão Europeia) estão a ser esvaziadas de competências, de conteúdos e personalidades políticas.  De momento, a deslocalização está a ser feita em direcção a Berlim, onde a estabilidade política (assegurada pela ‘convergência’ CDU/SPD) assentou arraiais e, ontem, 'alinhavou-se' um acordo entre técnicos do PE e do Conselho Europeu para uma próxima transferência das competências financeiras (já instaladas em Frankfurt sob o ‘ modelo DeutshBank ’) com a ilusão de que uma futura União Bancária Europeia criada de ‘novo’, sob a batuta do B

Campanha sem querelas

Cavaco Silva, patriota apaziguador, pediu uma campanha sem querelas, na comunicação em que anunciou a data das eleições europeias e trocou o faceboock pela televisão. Cavaco pediu «uma campanha sem crispação a olhar para o futuro», depois de ter sido o maior responsável pela crispação, sem olhar para o seu passado. Apela ao consenso com o entusiasmo com que defende as suas reformas, sabendo que, como mediador, é o pior dos árbitros, ele que decidiu integrar-se no Governo e combater a oposição. A perseguição ao PS, para o comprometer perante a opinião pública com o responsável pelas divergências com o Governo, é uma obsessão que devia levar o PS a declarar que não aceita como mediador o jogador da equipa adversária. A insistência interessada e interesseira do PR no casamento do PS com o PSD exige que seja desmascarada todas as vezes que a repetir. Não pode haver uma convergência feita na secretaria, que ignore o PCP e o BE e tenha como objetivo a capitulação do PS, não para salvar

Ainda a Crimeia, o comunismo e a democracia

Para quem recusa ler a Wikipédia (não é preciso mais) para saber a história da Ucrânia; para quem a guerra de 1939/45 nada lhe diz; para quem o mundo é a preto e branco e é escravo de preconceitos partidários, jamais perceberá a luta geoestratégica que se joga em várias partes do mundo. Há quem não tenha seguido a guerra da Ossétia do Sul, em 2008, e não perceba como terminou o aventureirismo de um nacionalista da Geórgia; quem ignore como a União Europeia se portou no seu subcontinente, desmoronando a Jugoslávia e arrasando a Sérvia, para criar uma espécie de Guiné-Bissau europeia no Kosovo, um entreposto da droga e da jihad. Talvez por desconhecimento e preconceito, há quem julgue que a Ucrânia é um espaço onde se joga uma luta entre o comunismo (representado por Putin) e uma democracia de pessoas pouco recomendáveis que transformaram justíssimas manifestações públicas no assalto sedicioso a um poder corrupto que as eleições tinham sufragado, em Kiev. Do maniqueísmo judaico-cri

Já copeiam, já devedem, o pior são os ivões (Crónica)

Alguém me contou que Carvalhão Duarte, o corajoso jornalista que foi diretor do jornal República e empenhado antifascista, foi um dia recebido por Salazar na qualidade de presidente do organismo de classe dos professores primários, profissão de que viria a ser demitido por motivos políticos. Carvalhão Duarte queixou-se de que os vencimentos dos professores não correspondiam à categoria profissional, ao que o ditador respondeu que, não podendo elevar os salários ao nível da categoria dos reivindicantes, faria com que a categoria viesse a corresponder aos vencimentos que auferiam. Não surpreende que tal possa ter acontecido pois o encerramento das Escolas Normais e a criação dos Postos Escolares e respetivas Regentes, a quem bastavam quatro anos de escolaridade, correspondeu ao desprezo que a instrução lhe mereceu. Deve-se à ditadura o retrocesso escolar de quem temia a cultura e a julgava prejudicial à doutrina cristã e ao cuidado das almas de que Cerejeira se encarregou. Os anos

A comunicação de Cavaco Silva ao País

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O PR anunciou hoje a data conhecida das eleições para o Parlamento Europeu. Para tal, interrompeu os noticiários, dispensando o Faceboock. Aproveitou para dizer que as eleições em causa são para o Parlamento Europeu e não para outro fim o que, na sua mansidão, quis dizer que o seu Governo e ele próprio não estão em causa. Concordo em quase tudo com o PR, com a data marcada, que tem de ser anunciada com um mínimo de 60 dias, com a comunicação através da televisão, em vez do faceboock, e com o horário escolhido, altura em que o noticiário impede que se desligue o televisor. A única diferença está no sentido do voto. Votar em qualquer partido que não seja os do Governo é um voto contra o PSD, o CDS e o PR, três em um. Nunca uma derrota estrondosa foi tão necessária para punir os principais responsáveis pelo agravamento sucessivo da crise. Um voto contra a coligação é a catarse mínima do povo que a tem suportado. 

Os apelos de Cavaco e a salvação nacional

Angela Merkel disse que “Portugal está no caminho certo”, distraindo-se de parafrasear na íntegra essa eminência da direita e da fé que dá pelo nome de Bagão Félix e utiliza o pseudónimo de ex-ministro das Finanças, cargo de num patético e efémero governo de Santana Lopes que os portugueses se encarregaram de dissolver. Bagão Félix disse que “Portugal está melhor, mas os portugueses estão pior” e Merkel não disse que “os portugueses estão no caminho errado” depois de afirmar que ‘o País está no caminho certo’. Estando Portugal melhor, segundo Bagão Félix, amigo do peito e da hóstia de Portas, e ‘no caminho certo’, segundo a líder da Europa alemã, não se entendem apelos repetidos de Cavaco ao diálogo entre o PS e o PSD, primeiro por não ser preciso, depois por tudo correr bem no melhor dos países, exceto para os portugueses. Cavaco Silva, por falta de perfil para o cargo, ou por incontido rancor contra a anterior liderança do PS, renunciou a ser um referencial de estabilidade e to

A Espanha, o fascismo eclesiástico e a IVG

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Gil Tamayo Gil Tamayo, secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, diz que “O debate sobre a malformação não é negociável”. A Espanha, sob a influência tenebrosa da Opus Dei, regride nas leis da família e nega o direito ao aborto de um anencéfalo. Sob as sotainas acalenta-se o ódio e os homens que gostam de vestir roupas femininas exigem às mulheres que o seu corpo esteja ao serviço dos preconceitos deles. Quem conhece dramas de mães de filhos com espinha bífida ou das que trazem no útero um feto incompatível com a vida, sem poderem interromper a gravidez, sabe a maldade que encerra a decisão imposta por um governo que a Opus Dei corroeu por dentro. O rancor de celibatários, as manhãs submersas dos seminários e o veneno misógino dos livros pios conduzem a esta demência perversa a que falta um módico de sensibilidade, um resquício de compaixão, um mínimo de humanidade. A refinada maldade que impõe à mulher a continuidade de uma gravidez teratogénica só é possível ge

A.J.SEGURO / P.COLEHO ou como diálogos circunstanciais não podem ‘fintar’ soluções democráticas…

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O diálogo que o Governo tem andado a solicitar às oposições (leia-se PS) viveu ontem mais um episódio desta, ao que parece, infindável novela político-partidária. A.J. Seguro aceitou deslocar-se a S. Bento e saiu de lá ao que parece igual (ou pior) do que quando entrou link . De facto, face aos enredos recentes, nomeadamente os levantados pelo manifesto do 74 e o prefácio dos Roteiros, os portugueses não acalentavam particulares esperanças neste tão mediatizado encontro. Existe a percepção comum de estarmos perante um ritual democrático, de certo modo vazio e notoriamente inconsequente. Na verdade, Passos Coelho ‘precisava’ deste encontro por duas razões essenciais. Primeiro , para não divergir publicamente da estratégia ‘pós-troika’ que o Presidente da República assumiu querer conduzir e controlar e que passa por insustentáveis ‘convergências’. A posição de Belém não pode andar por aí a navegar sozinha polarizando na generalidade as definições para o período que se

O teatro do ‘pós-troika’…

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Depois de um ' banho de água fria ' subsidiário do preâmbulo inscrito in ‘Roteiros cavaquistas’ o Governo retomou a encenação da peça: ‘ O Fim do Protectorado ’. Desta vez o artista principal não foi Paulo Portas. Poiares Maduro entrou em cena com uma ‘deixa’: “Portugal já controla o seu destino!” link . Daqui para a frente não haverá mais lugar aos constantes apartes de que ‘ a troika impôs ’. A récita continua sem perder o fio à meada. Os encenadores, os actores e os autores tiveram sempre o mesmo guião. Não precisam de ‘ ponto ’. Todos – sem excepção - sabem o papel de cor.

Portugal, a Crimeia e a guerra fria

Os portugueses estão mais preocupados com a perda da soberania da Ucrânia sobre a Crimeia do que com a perda da soberania de Portugal perante a Troika. Putin, o democrata educado na madraça do KGB, é um perigo maior do que os agiotas vindos do banco Goldman Sachs para explorarem o nosso país, ou aí colocados para que o banco saiba como melhor nos explorar. A História recente não ensinou nada aos pequenos países que conseguem tornar-se mais pequenos com a subserviência aos grandes. Em vez de negociarem um estatuto razoável e conseguirem alguns benefícios, hipotecam-se ao sabor dos seus preconceitos. Ver bandeiras com a foice e o martelo na Crimeia é assistir ao rebobinar de um filme de terror. Ver suásticas em Kiev é assistir aos preparativos da segunda sessão de um filme macabro. O nacionalismo é a doença que se agrava com um hino, uma bandeira e um demagogo. Em Portugal, a nostalgia do império, que terminou com o prazo de validade esgotado, é o alimento que entusias

O intervalo referendário da Crimeia...

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Hoje, na  Crimeia , está em curso um referendo para a população residente pronunciar-se sobre um eventual regresso deste território do sul da  Ucrânia  (com um percurso histórico atribulado) à Federação da  Rússia   link . Trata-se de uma manobra política de ‘ fachada democrática ’ – cuja legitimidade é contestada abertamente pelo Ocidente - que sendo patrocinada por Moscovo, pretende adiar, por algum tempo, uma grave crise na definição das fronteiras orientais da Europa .   Ao mesmo tempo este ‘compasso de espera’, deverá proporcionar a consolidação de um novo eixo estratégico (geo-político, energético e acima de tudo económico) visando a criação e desenvolvimento de um influente e vastíssimo ‘ mercado euro-asático ’, onde a Rússia terá necessariamente um papel central e cuja efectivação é deveras preocupante para a UE e fatal para a hegemonia dos EUA. O Ocidente tem desvalorizado a leitura de uma potência emergente ( China ) sobre a 'crise ucraniana' que, no quadro

Criminosos da fé interrompidos nas orações

As polícias de Marrocos e Espanha desmantelaram a rede de um espanhol, Amaya, um dos dementes convertidos ao Islão e ao crime. A rede recrutava jihadistas europeus que iam lutar para a Síria, Mali e Líbia, locais excelentes para o treino militar que devolvem os sobreviventes, mais prosélitos e ansiosos do Paraíso. Na Síria encontram-se mais de 2 mil jihadistas europeus cujo regresso extasiará Maomé e não deixará de causar fortes preocupações à Europa que parece esquecida de violentas guerras religiosas que a dilaceraram. Continuo sem perceber o que leva países democráticos a aceitar a pregação do ódio e a fanatização religiosa que proíbe a uma associação ou partido político. As religiões não são mais do que associações de crentes, submetidas ao código penal dos países onde se organizam. O direito à crença é incompatível com o direito ao crime. A Europa continua a considerar moderado o Irmão Muçulmano que na Turquia transpira fé e corrupção. O PM Recep Erdogan, pode antever na ins

JOSÉ GOMES FERREIRA E A VELHA GUARDA

O menino José Gomes Ferreira, fazendo prova da sua má educação, atreveu-se a escrever uma carta em que dá reprimendas e conselhos paternais a um grupo de cidadãos que têm idade para poderem ser seus pais. Chama à geração desses cidadãos “uma geração errada”.  Errada porquê? Por ter feito o 25 de Abril, conquistando para o povo português a liberdade que ele agora usa para bolçar asneiras atrás de asneiras? É claro que o Zezinho nunca se envolveria num 25 de Abril. Ele nunca se meteria nessas coisas. Porque o Zezinho é um menino ajuizado. Tão ajuizado que faz lembrar “aquele repelente menino Vicente, posto na vida só para ter juízo” de que falava o velho e nada ajuizado O’Neill.  Acontece que, em termos de mentalidade, a velhice tem pouco a ver com a idade que consta do bilhete de identidade. Nesses termos, o Zezinho é muito mais velho do que aqueles que se permite repreender no seu malcriado artigo. Parece-me mesmo que já nasceu velho.  Se eu pertencesse àquele grupo de cidadãos a

ADSE ou o nascimento de uma nova transitoriedade …

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Falando sobre o veto do PR ao diploma governamental que aumenta o valor dos descontos para a ADSE, Passos Coelho, afirmou hoje na inauguração do Centro de Investigação e Desenvolvimento do Instituto Politécnico do Cávado e Ave, em Barcelos, que a medida poderá não ser definitiva. “ É muito provável que nós possamos em anos ulteriores fazer ajustamentos que permitam melhorar o sistema ”, referiu. link Estamos, portanto, perante o enésimo corte temporário deste Governo e, como é norma, em trânsito acelerado para se tornar uma medida definitiva do tipo das tão propagandeadas ‘ reformas estruturais ’. Na verdade, o 1º. Ministro receia que uma Lei da AR cavalgando o actual decreto governamental (que a maioria se prepara para aprovar), acabe no TC. Daí a mistificação do temporário. Na verdade, ou estamos perante mais um problema de estruturação espaço-temporal revelado por este Governo ou na presença de um relapso 'caramboleiro'. Andaremos ‘nisto’ até 2015?

FMI e as análises mixordeiras...

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…In Portugal, the overall progressive incidence was due to progressive cuts in public wages and pensions, which offset the regressive cuts in means-tested social transfers which negatively affected households in the bottom decile. Public sector pay cuts increased with wage to a maximum of 10 percent, and included the suspension of the 13th and 14th months of pay in 2012. Benefit reductions included a decrease of the amount and tightening of the eligibility conditions for family benefits. The suspension of the 13th and 14th months of pay was reversed in 2013 (after the period under consideration in the analysis).   FMI ( in Fiscal Policy and Income Inequality )  link Neste relatório do FMI os cortes regressivos nas transferências sociais estão conotados com cortes progressivos no sector público (funcionários no activo e aposentados) que atingem no período em estudo – 2008 a 2012 - o máximo de 10% (para os mais ‘ricos’) que em termos médios contabilizam o valor de 6.3%, s