A Ucrânia, a Rússia e a UE…

A situação na Ucrânia é extremamente confusa e volátil. O poder político está por sedimentar, as linhas de demarcação a Oriente e a Ocidente pejadas de armadilhas, interesses geo-políticos regionais e continentais pouco explícitos e pelo meio um complexo de bases militares (navais e nucleares) estratégicas.
 
Ingredientes para um conflito sangrento não escasseiam. Abundam declarações de lideres mundiais para preservar a unidade da Ucrânia que revelam a fragilidade dessa integridade territorial (como tem existido após o colapso da ex-URSS).
Perante tanta complexidade e tamanha indefinição a actual potência regional – a Rússia – tomou posições de força no terreno, nomeadamente, na Crimeia onde a situação política, étnica e militar é extremamente delicada e melindrosa.
 
A Ocidente a 'potência continental' – a UE - mostra ser um ‘tigre de papel’ (para usar uma linguagem maoísta) que desde o início está envolvida neste problema sem exibir capacidade de o conduzir, apoiar e muito menos de o liderar.
Hoje, tivemos o primeiro indício do que a Europa representa e de qual o seu ‘estado’. Barroso, Ashton e Van Rompuy têm-se desdobrado em assépticas declarações ditas de 'paz', sem qualquer tipo de consequências.
Vladimir Putin, o destinatário, ignora-os olimpicamente e nem mesmo o reforço vindo de Washington (Obama e Kerry) parece influenciar o curso dos acontecimentos link.
A chanceler alemã, Angela Merkel, conseguiu mais sozinha do que a multidão de agentes e actores políticos espalhados pelo Mundo.
Fez a proposta para a criação de um ‘grupo de contactolink para dar início ao diálogo político e foi a única ouvida no Kremlin. Embora sem resultados práticos é, neste momento, a grande iniciativa em relação à difícil situação ucraniana. Foi o primeiro passo e falta aguardar pelos resultados.
 
Todavia, existe desde já um sinal que é insofismável: A UE, politicamente, não existe!
A chancelaria de Berlim mostra como controla o espaço europeu, exibe-se como uma potência económica que molda a política e esmaga veleidades como as do Sr. Barroso que se vê remetido para o papel de um triste figurante.
A menos de 3 meses das eleições para o Parlamento Europeu esta a ‘nova guerra’ entretanto aberta: – a discussão acerca da [in]utilidade das instituições europeias.

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