Legionários de Cristo: a oportuna ‘ressurreição’ pré-pascal…
O silêncio
'apostólico' que tem envolvido os ‘Legionários de Cristo’
parecia ser a antecâmara da dissolução desta tenebrosa organização, depois de
conhecidas as múltiplas tropelias do seu fundador - padre Maciel.
A decisão do actual
papa em nomear um novo director e prosseguir com a actividade desta congregação
link,
apesar dos crimes (civis, entenda-se) já denunciados, reflecte as dificuldades
como a ICAR lida com o Mundo, nas situações difíceis e intoleráveis.
Trata-se de um
escândalo de tal modo grave que o anterior responsável pelo Vaticano (B-16) foi
‘obrigado’, em 2010, a nomear um ‘delegado pontifício’ (Mons. Velasio
De Paolis link)
para administrar esta estranha ‘Legião’ que, na prática, foi uma dos
sustentáculos (a par da Opus Dei) do pontificado de João Paulo II.
O
Mundo 'acreditou' que, perante o descalabro visível e a enormidade dos
crimes, o ‘delegado’ (oriundo da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da
Santa Sé) seria o natural representante da Cúria na comissão liquidatária desta
instituição católica. Na verdade, esboroada toda a sua missão apostólica
assente em colégios e missões, restavam os avultados aspectos económicos
inerentes à ‘crapulosa’ e miserável acção destes ‘legionários’.
Aliás, o comunicado
sobre esta instituição e objectivamente sobre o trabalho do padre Maciel,
documento que antecede a nomeação do delegado pontifício é, para um documento
oriundo do Vaticano, muito claro e esclarecedor: “Os comportamentos muito graves e
objectivamente imorais do P. Maciel, confirmados por testemunhos irrefutáveis,
representam às vezes verdadeiros delitos e manifestam uma vida sem escrúpulos e
privada de autêntico sentimento religioso… link”.
Muita gente esperava
a dissolução desta instituição onde os actuais membros não deixam de mostrar
alguma nostalgia e admiração pelos ‘bons tempos’ do falecido padre Maciel link¸
link.
Mas por detrás desta ‘montra’ estão duas questões fundamentais: o poderio
económico desta instituição e a capacidade em municiar a ICAR com milhares de
seminaristas/ano.
Dificilmente o Vaticano consegue escamotear uma outra infame situação: o padre Maciel esteve à beira da beatificação link.
Dificilmente o Vaticano consegue escamotear uma outra infame situação: o padre Maciel esteve à beira da beatificação link.
Conhecida é, também, a
incapacidade da Cúria para controlar e evitar os crimes (é disso que se trata)
em algumas (e não só dos ‘Legionários’) congregações. Sob o ponto de vista de
trajecto histórico é plausível admitir que desde há largos anos (décadas) o Vaticano
conhecia o execrável comportamento do 'comandante' desta ‘Legião’, mas os proventos que daí
vinham eram ‘irrecusáveis’ e davam ‘jeito’ (orçamento anual superior a 500
milhões de euros).
Este ano, em Abril,
Francisco deverá canonizar JP II. A 'reabilitação' da Legião serão as ‘matinas’
desse ofício santificador. Premeia um indefectível protector desta congregação e um
relapso encobridor (cúmplice?) dos seus crimes a troco de ’30 dinheiros’.
Nada que acrescente
especial valor à actual administração do Vaticano que diariamente usa os media para se promover.
Esta é, indubitavelmente, uma resposta ‘vulgar’, acintosa e inaceitável da ICAR
às acusações que foram objectivamente formuladas por organismo da ONU link.
Uma resposta
totalmente condicionada pela torrente de dinheiro que flui desta congregação
para o Vaticano, não sendo, portanto, ‘aconselhável’ bulir, estrangular ou exorcizar.
É a velha e
pia doutrina do ‘Per omnia saecula saeculorum”…
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