A discussão do batismo na TVI
O objetivo da entrevista a um padre católico e a um ateu, destinava-se a esclarecer, por um lado, a diminuição drástica do número de batizados e, por outro, a legitimidade do batismo de recém-nascidos ou de crianças de tenra idade.
Os temas foram arredados do debate ou insuficientemente comentados por qualquer dos intervenientes. Nem sequer foi explicado o que é o batismo, um ritual de iniciação em várias religiões. Com o batismo – dizem os católicos –, liberta-se a criança do pecado original, naturalmente transmitido pela impureza feminina, e afasta do neófito o demo.
Assim, a cerimónia litúrgica atua como detergente para os pecados e como demonífugo para o maligno cuja existência ainda é reconhecida pelo papa atual, como se comprovou com o reconhecimento que fez recentemente da Associação Internacional de Exorcistas.
O batismo do adulto, além de perdoar o pecado original, confere as virtudes teologais e isenta de penas os pecados anteriormente cometidos. No fundo, a cerimónia do batismo, católico, luterano, anglicano, metodista ou da Igreja Reformada tem igual significação e procura, desde tenra idade, a integração no seio da Igreja respetiva.
Como ateu entendo que o batismo do lactente, da criança ou do adolescente não se deve praticar por dificultar a autodeterminação religiosa do adulto, mas defendo que cabe aos pais o direito de cujo exercício discordo. Judeus e muçulmanos têm um ritual iniciático mais tardio e cruento, a circuncisão, e todos pensam que a entrada na Religião é vitalícia e irrevogável, levando os islamitas o proselitismo ao ponto de a tornarem efetiva com a separação da cabeça do tronco, no caso de apostasia, um direito inalienável de todos os cidadãos.
Quanto à diminuição drástica do número de batismos em Portugal, considero três razões que enumero por ordem decrescente de importância quantitativa. Em primeiro lugar, a rápida redução da natalidade cujas razões são complexas e irrelevantes para este tema.
Em segundo, a progressiva secularização da sociedade com redução marcada da prática religiosa e dos constrangimentos sociais favorecidos pela concentração da população em meios urbanos.
E, finalmente, o empobrecimento acelerado das pessoas. A falta de recursos financeiros, praticamente desnecessários para o batismo, são essenciais para o batizado. O padre não recusa o batismo à criança de um pobre, mas este deixa de o festejar com a festa que lhe está associada, sem vitualhas necessárias, para que à liturgia pia se associe a festa pagã que, em conjunto, constituem o batizado.
Foi esta reflexão que faltou fazer e cuja opinião do padre católico teria sido interessante.
Os temas foram arredados do debate ou insuficientemente comentados por qualquer dos intervenientes. Nem sequer foi explicado o que é o batismo, um ritual de iniciação em várias religiões. Com o batismo – dizem os católicos –, liberta-se a criança do pecado original, naturalmente transmitido pela impureza feminina, e afasta do neófito o demo.
Assim, a cerimónia litúrgica atua como detergente para os pecados e como demonífugo para o maligno cuja existência ainda é reconhecida pelo papa atual, como se comprovou com o reconhecimento que fez recentemente da Associação Internacional de Exorcistas.
O batismo do adulto, além de perdoar o pecado original, confere as virtudes teologais e isenta de penas os pecados anteriormente cometidos. No fundo, a cerimónia do batismo, católico, luterano, anglicano, metodista ou da Igreja Reformada tem igual significação e procura, desde tenra idade, a integração no seio da Igreja respetiva.
Como ateu entendo que o batismo do lactente, da criança ou do adolescente não se deve praticar por dificultar a autodeterminação religiosa do adulto, mas defendo que cabe aos pais o direito de cujo exercício discordo. Judeus e muçulmanos têm um ritual iniciático mais tardio e cruento, a circuncisão, e todos pensam que a entrada na Religião é vitalícia e irrevogável, levando os islamitas o proselitismo ao ponto de a tornarem efetiva com a separação da cabeça do tronco, no caso de apostasia, um direito inalienável de todos os cidadãos.
Quanto à diminuição drástica do número de batismos em Portugal, considero três razões que enumero por ordem decrescente de importância quantitativa. Em primeiro lugar, a rápida redução da natalidade cujas razões são complexas e irrelevantes para este tema.
Em segundo, a progressiva secularização da sociedade com redução marcada da prática religiosa e dos constrangimentos sociais favorecidos pela concentração da população em meios urbanos.
E, finalmente, o empobrecimento acelerado das pessoas. A falta de recursos financeiros, praticamente desnecessários para o batismo, são essenciais para o batizado. O padre não recusa o batismo à criança de um pobre, mas este deixa de o festejar com a festa que lhe está associada, sem vitualhas necessárias, para que à liturgia pia se associe a festa pagã que, em conjunto, constituem o batizado.
Foi esta reflexão que faltou fazer e cuja opinião do padre católico teria sido interessante.
Comentários
Considero-o uma afronta à dignidade da criança pois todos nós nascemos sem necessidade de papas e padres!
Abaixo a Concordata e a Seita Romana em Portugal.