A posse do XXI Governo Constitucional
O País viu o oficiante, no ocaso da função, ao serviço da pior direita, a ferver de raiva e a bolçar citações. Foi o delírio num funeral oficiado pelo defunto. Faltou o cantochão ao tedéu e o medo dos infiéis ao celebrante, mas assistiu-se à genuflexão e ao encómio do pregador aos fiéis de ar fúnebre.
O discurso de Estado coube ao empossado, depois de o notário referir que bons eram os que saíam e maus os que entravam. Na liturgia da missa obrigatória saíram as ameaças e imprecações de quem sabe que esgota o tempo para outras homilias.
Os falsários despedidos receberam a última bênção e aguardam a rápida venera de quem os ungiu, A Bem da Nação, sem se perceber se as indulgências plenas eram uma dádiva ou uma dívida. Os que ficaram levavam consigo a força da razão e o respeito pelo único livro sagrado – a Constituição da República –, um caderno de encargos que o celebrante e os despedidos desprezavam.
Na taciturna tarde do Palácio da Ajuda não houve bálsamo que aliviasse os ressentidos, analgésico que lhes amenizasse as dores, catártico que os purgasse do ressentimento e desejo de vingança.
Ficaram no ar as ameaças do presbítero provinciano, convencido de ser um príncipe da direita salazarista, à espera de amanhãs de vingança por um sucessor capaz da desforra. O pior que vier será menos mau e o País pode ainda escolher o melhor.
O pesadelo de um presidente, uma maioria e um governo não residiu na coincidência da área política da proveniência mas no radicalismo das madraças que os formataram.
Deixaram um país pior, apesar das mentiras obstinadas em que o presidente, a maioria e o governo insistiram em uníssono.
Todos os democratas devem ajudar o governo que ontem tomou posse, perante o ódio do ‘indicador de primeiros-ministros’, presbítero raivoso numa última excomunhão.
Urge enterrar os estigmas salazaristas e fazer a pedagogia cívica para que a República respeite todos os eleitores e nunca mais os divida entre partidos bons e partidos maus.
O discurso de Estado coube ao empossado, depois de o notário referir que bons eram os que saíam e maus os que entravam. Na liturgia da missa obrigatória saíram as ameaças e imprecações de quem sabe que esgota o tempo para outras homilias.
Os falsários despedidos receberam a última bênção e aguardam a rápida venera de quem os ungiu, A Bem da Nação, sem se perceber se as indulgências plenas eram uma dádiva ou uma dívida. Os que ficaram levavam consigo a força da razão e o respeito pelo único livro sagrado – a Constituição da República –, um caderno de encargos que o celebrante e os despedidos desprezavam.
Na taciturna tarde do Palácio da Ajuda não houve bálsamo que aliviasse os ressentidos, analgésico que lhes amenizasse as dores, catártico que os purgasse do ressentimento e desejo de vingança.
Ficaram no ar as ameaças do presbítero provinciano, convencido de ser um príncipe da direita salazarista, à espera de amanhãs de vingança por um sucessor capaz da desforra. O pior que vier será menos mau e o País pode ainda escolher o melhor.
O pesadelo de um presidente, uma maioria e um governo não residiu na coincidência da área política da proveniência mas no radicalismo das madraças que os formataram.
Deixaram um país pior, apesar das mentiras obstinadas em que o presidente, a maioria e o governo insistiram em uníssono.
Todos os democratas devem ajudar o governo que ontem tomou posse, perante o ódio do ‘indicador de primeiros-ministros’, presbítero raivoso numa última excomunhão.
Urge enterrar os estigmas salazaristas e fazer a pedagogia cívica para que a República respeite todos os eleitores e nunca mais os divida entre partidos bons e partidos maus.
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