Um caso de polícia

Comentários

Anónimo disse…
A defesa intransigente da Vida Humana está acima de qualquer lei.
É esta a ética que faz falta, uma ética construtiva, de futuro, humana e coerente.
Caso de polícia seria o assassinato de inocentes ainda no ventre materno, se não fosse, como já é, legal.
Anónimo disse…
Em primeiro lugar, uma declaração de princípios:
Em meu entender o Código Deontológico da OM não pode contrariar, sob quaisquer pretextos, as Leis da República.

De resto:
Um problema desnecessário que integra as guerras do alecrim e da manjerona entre o Ministério da Saúde e a Ordem dos Médicos. Além disso, inoportuno e extemporâneo.
O Senhor Ministro da Saúde sabe que, neste preciso momento, a OM se movimenta em pleno período eleitoral.
Não devia ter "apertado" os actuais dirigentes, cujo pensamento conhece, para tomar uma dcisão.
Falta tão pouco tempo de mandato...
Às vezes é preciso ser paciente, assim como o "pai de família" que não se cansa de repetir sempre a cassette.
ana disse…
Esta directiva da OM aplica-se a todos os médicos, trabalhem eles em hospitais públicos ou privados? Os médicos que trabalham em hospitais públicos podem recusar-se a cumprir a Lei? A OM está acima da Assembleia da República?
Tenham tino, meus meninos. O vosso tempo acabou. Espero que o Governo não ceda, mais uma vez, a estes grupos de pressão que ainda não perceberam que já não são deuses, mas trabalhadores iguais a todos os outros.
Anónimo disse…
Há sempre a objecção de consciência, meus caros.
E quanto a isso, nada a fazer.
E olhem que há mais objectores do que vocês pensam.
Sairam as contas furadas?
Anónimo disse…
Não conheço bem o meio mas admito que esta "Ordem" vai mudar antes de mudar o "Governo", daí que tudo isto não passe de "jogos florais".
Anónimo disse…
A situação resolve-se com alguma facilidade.

Já estou a imaginar o nosso Ministro da Saúde a delegar poderes noutros profissionais de saúde, que não os médicos, para concretizarem os abortos.

Os médicos estarão presentes apenas para a eventual necessidade de socorrer a gravida.
Anónimo disse…
CE:

Volto a insistir para não nos desviarmos do essencial.

O trazer à baila este assunto, neste momento, é uma intolerável intromissão no processo eleitoral que decorre na Ordem dos Médicos.

Pretende trazer à superfície as posições mais retrógadas, ainda, partilhadas por alguns médicos.

Recorde-se do post sobre Gentil Martins...
ana disse…
E se o médico pertencer às T. Jeová e for objector de consciência, deve deixar morrer o pai de família por falta de uma transfusão de sangue?
E não esqueça, meu caro, que muitos objectores só o são nos hospitais. No remanso dos seus consultórios a coisa é muito diferente.
Anónimo disse…
Ana:

É preciso não julgar tudo pela mesma bitola.

Um número significativo de médicos organizou-se à volta do referendo pela IVG, como defensores do SIM, como é do conhecimento público.
Muitos outros, acham que o Código Deontológico deve ser alterado, em respeitosa discordância com a última decisão do CNE da OM.
Provavelmente, não só no que diz respeito às indispensáveis alterações decorrentes do último referendo, mas no sentido de estar a par da evolução da sociedade.
Ainda, hoje, uma figura proeminente da Medicina portuguesa o Prof. Sobrinho Simões teve a coragem de afirmar que os médicos devem pensar adiantado e, p. exº., já deviam estar a discutir o grave problema da eutanásia.
Cara Ana:
Algo está a mexer na medicina portuguesa.
Mas há uma coisa que é importante: os médicos devem defender a mudança do Código Deontológico conscientes que o mesmo deve estar em conformidade com as leis da República.
Não por ultimatum do Senhor Ministro da Saúde. Os médicos saberão assumir-se como pessoas responsáveis, primeiro, perante os doentes, depois, enquanto cidadãos.
E, por mais incrível que pareça, descuidada ou deliberadamente, levantou-se um duplo problema:
1º.) o autoritarismo do MS
2º.) a inusitada interferência no processo eleitoral em curso.

E por aí adiante...
ana disse…
e-pá!:

Acompanhei de perto o referendo para a IVG. Tenho uma enorme admiração pelo Prof. Sobrinho Simões. É claro que os médicos não são todos iguais. Parafraseando o pai de família, graças a Deus!
Ferros Curtos disse…
e-pá e Ana

O senhor ministro da Saúde e o actual bastonário, cuja aliança táctica é evidente, perante a grande possibilidade do último perder aos próximas eleições com prejuízos óbvios para ambos decidiram aliar-se.

Daí todo este embróglio - o bastonário despois da destruição do SNS pelo ministro entra pela primeira vez em conflito com o ministro, por causa de um código deontológico, convocando as forças mais retrogradas de entre os médicos e aumenta a probabilidade de ganhar safando-se o ministro a Miguel Leão que o enviará para casa no 1º semestre de mandato.

Abram portanto os olhos.

O cenário está montado mas não entremos em cena !
Anónimo disse…
O código da OM não contraria a lei.

A lei despenalizou a prática da IVG em establecimento autorizado para tal, i.e., não há sanções criminais nem civis a aplicar pelo Estado a quem pratica o IVG.

O código da OM considera uma falha grave se um médico fizer uma IVG, podendo retirar-lhe a carteira profissional. Não há aqui nenhuma contradição, contradição seria se a LEI obrigasse os médicos a praticarem IVGs e a OM não.

Tomemos o seguinte caso: a lei garante a liberdade de expressão a todos os cidadãos, mas um membro de um partido não pode contrariar os princípios ideológicos do mesmo sob pena de ser expulso, será q o partido contraria a lei?

Os deputados são eleitos por distritos e são livres de votar, contudo os códigos dos partidos obrigam-os à disciplina de vota. Tb contraria a lei, não?

Tenham juízo, lá pq um acto não é crime não quer dizer que as organizações não o considerem uma falha.
CA disse…
O melhor seria que os códigos deontológicos profissionais fossem redigidos pelo governo. Já não havia estes problemas.
Anónimo disse…
ca:

Ainda não se conformou com o resultado do referendo?

O respeito pela legalidade e pela vontade popular é uma exigência ética, por muito que custe aos preconceitos religiosos.

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