Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
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Este séquito liderado por A. J. Jardim patrocinava na "tasca do Henrique" e, ao que parece, actualmente, numa dita "Academia de Férias (?)", da responsabilidade reitoral do reformado coronel Morna, uma degradante representação político-social, onde o "novo riquismo" será, por ventura, a "virtude" visível.
Nestes arremedos de romarias diárias há lugar para tudo excepto para a frugalidade e a sobriedade.
Esporadicamente, os media regionais deixam, timidamente, transparecer estes exageros cujo conhecimento e divulgação pública constiuiem um motivo de preocupação e de desassossego para os madeirenses responsáveis.
Na verdade, enquanto disfruta as férias, na residência oficial que os contribuintes mantêm, no Porto Santo, para o presidente do Governo Regional, não se vislumbra qualquer outra postura que não seja pautada pelo exagero dos comportamentos sociais e pela linguagem desbragada sobre os políticos "continentais" e, actualmente, ao que parece, sobre icones políticos do passado, nacionais e estrangeiros, evocados nas mais variadas nuances e entrecortadas por insuportáveis comportamentos revivalistas.
Este o retrato caricaturial da silly season na ilha onde Colombo teria descansado e estudado os ventos alíseos, antes da sua partida para a América.
Hoje, a "Ilha Dourada" (como é turisticamente conhecida) será um logradouro onde a clique que corteja e adula A. J. Jardim manifesta - por vezes publicamente - as mais rudimentares manifestações de sociabilidade e de decoro.
Será o equivalente estival do saloio "arraial" do Chão da Lagoa...