Portugal, o OE-2014 e o futuro
Ao contrário do que previa o jornalista Paulo Baldaia e do que admitia o diretor do DN, aconteceu o que Marques Mendes sabia e quase todos suspeitávamos: Cavaco não podia deixar de promulgar o Orçamento de Estado.
Passos Coelho e Cavaco podem entrar em desacordo, mas viajam no mesmo autocarro por um caminho à beira do abismo e qualquer solavanco os assusta. Saber-se-á um dia como foi possível a tão medíocre PM fazer a Oferta Pública de Aquisição (OPA) ao PR, depois de ter sido criação sua.
Não parecem suficientes para a cumplicidade, as afinidades culturais, o escasso apreço pela democracia e pela gramática, o baixo perfil político e a insensibilidade social. Pode a razão ser outra, cuja referência, por falta de provas, deixaria sob a alçada do Código Penal quem a apontasse.
O ano de 2013 termina nesta melancólica maldição de uma maioria, um presidente e um governo, que percorrem o inverno do nosso descontentamento. O ano que aí vem, com os mesmos protagonistas e os mesmos executores de hipotecas, não augura nada de bom e, à míngua de esperança, acabamos convencidos de que os culpados da situação somos nós próprios, as vítimas, e não os algozes.
A culpabilização pessoal é uma herança judaico-cristã que há de levar-nos a pensar que somos pobres por vontade própria, que a escola é um bem de quem pode e a saúde uma esmola que se recebe de joelhos e de mãos postas.
A agenda, que este Governo escondeu, avançará com o Orçamento, que será chumbado demasiado tarde, permitindo a continuação do Governo e do PR, sem capacidade para o País impedir o desmantelamento do que resta do Estado social.
Passos Coelho e Cavaco podem entrar em desacordo, mas viajam no mesmo autocarro por um caminho à beira do abismo e qualquer solavanco os assusta. Saber-se-á um dia como foi possível a tão medíocre PM fazer a Oferta Pública de Aquisição (OPA) ao PR, depois de ter sido criação sua.
Não parecem suficientes para a cumplicidade, as afinidades culturais, o escasso apreço pela democracia e pela gramática, o baixo perfil político e a insensibilidade social. Pode a razão ser outra, cuja referência, por falta de provas, deixaria sob a alçada do Código Penal quem a apontasse.
O ano de 2013 termina nesta melancólica maldição de uma maioria, um presidente e um governo, que percorrem o inverno do nosso descontentamento. O ano que aí vem, com os mesmos protagonistas e os mesmos executores de hipotecas, não augura nada de bom e, à míngua de esperança, acabamos convencidos de que os culpados da situação somos nós próprios, as vítimas, e não os algozes.
A culpabilização pessoal é uma herança judaico-cristã que há de levar-nos a pensar que somos pobres por vontade própria, que a escola é um bem de quem pode e a saúde uma esmola que se recebe de joelhos e de mãos postas.
A agenda, que este Governo escondeu, avançará com o Orçamento, que será chumbado demasiado tarde, permitindo a continuação do Governo e do PR, sem capacidade para o País impedir o desmantelamento do que resta do Estado social.
Comentários
De facto, foi assim que essas religiões ‘ganharam’ poder construindo uma teia à volta do chamado ‘pecado’.
Mas ao que hoje assistimos - como instrumento político do Governo - é uma variante dessa situação. Tentou-se a 'culpabilização colectiva' com a rábula de que 'os portugueses vivem acima das suas possibilidades'. E partir daí inocentar o sector bancário e financeiro das responsabilidades pela crise, foi um passo …
Esta a nova “herança ultraconservadora/neoliberal”, posta à venda para incautos.