A religião, a misoginia e a brutalidade divina

Num tempo em que a opinião pública é formada nas madraças da contrainformação, os ódios e os amores nascem nos jornais e televisões, e o livre-pensamento está sujeito aos constrangimentos sociais, como outrora a fé, ao pároco, às catequistas e aos devotos, há obrigação de enfrentar os preconceitos e a fúria dos amigos e adversários, para quem as más notícias prejudicam os seus credos.

Há violências mudas no interior das guerras de rockets e tanques de guerra ou à margem delas. Há tragédias de mulheres condenadas à escravidão ou à não existência, mutiladas, insultadas e feridas pelo mais feroz dos fascismos, que persiste em contexto islâmico.

No Iraque, onde exaltados cruzados lançaram o caos e intensificaram a violência, surge agora um bando sinistro, o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) a impor, em nome de Alá, severas restrições às mulheres de Mossul, cidade que conquistaram em junho.

Na demência de uma bulimia misógina, a caterva de trogloditas de Deus exigiu a todas as mulheres o uso do véu integral, de roupas largas que não revelem as formas do corpo e que tenham sempre as mãos e os pés cobertos, para evitarem «castigos severos».

Os comunicado dos piedosos selvagens avisava, segundo o jornal El País: «Isto não é uma restrição de liberdade, apenas impede que as mulheres caiam na humilhação e vulgaridade de ser um espetáculo».

Na quinta-feira, essa canalha medieval ordenou que todas as mulheres da cidade, entre os 11 e os 47 anos, se submetessem à mutilação genital, segundo denunciou à BBC a coordenadora das Nações Unidas no Iraque, Jacqqueline Badcock.

A fatwa do EI submete as mulheres de Mossul à violência brutal, medonha e criminosa que as expõe a hemorragias, riscos urinários, infeções e infertilidade, para além de as privar do prazer sexual e dos mais elementares direitos humanos, para satisfação de um profeta analfabeto e violento que entrou em defunção há 1382 anos.

Oiço falar de multiculturalismo e fico com brotoeja. Há um manual terrorista chamado Corão e devotos criminosos. Chamem-me xenófobo e esquizofrénico, pretextem as más interpretações dos hadiths, digam-me que é excessiva a generalização e que, na revolta que sinto me assemelho a essa canalha maldita.

As mulheres, que os pulhas de Deus destroem, são minhas companheiras, irmãs, filhas e  netas. Maldita religião, malditos cúmplices.

Comentários

Insisto na opinião de Bertrand Russel: o único benefício conhecido de todas as religiões é um calendário,medianamente exacto,na antiga Mesopotâmia. Mas sei,também,que todas as pregações são inúteis: os factos estão à vista de todos e só não percebe quem não quer ou quem não consegue. E não adianta lavar o burro preto:perde-se ÁGUA E SABÃO.
Manuel Meira:

Gostei da expressão, que não conhecia, « E não adianta lavar o burro preto:perde-se ÁGUA E SABÃO.»
Há no Alcorão frases como estas: Alcorão frases como estas: “Combatei pela causa de Deus e sabei que Ele tudo ouve, é omnisciente”; “Exterminámos até ao último os que recusavam os Nossos versículos, pois não eram crentes”; “As piores bestas diante de Deus são os descrentes, pois eles não creem”; “ Terminados que sejam os meses sagrados, matai os idólatras onde os encontrardes. Apanhai-os! Preparai-lhes todas as espécies de emboscadas!”; “Combatei quer estejais mal ou bem armados! Combatei com as vossas riquezas e as vossas pessoas na senda de Deus: Isso é melhor para vós, se sabeis”

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