Feliz ano de 2018

Hoje é dia de ser feliz, de engolir as doze passas com um gole de champanhe e implorar uns tantos desejos a uma qualquer divindade, quando a longitude e a hora legal decidem que finda o ano e outro começa.

Por entre beijos húmidos e abraços vigorosos, sonhos inúteis e risos programados, lá se esquecem as desgraças do ano que morre e fantasiam as alegrias do ano que nasce. É o júbilo planeado pelo calendário, a liturgia da festa que se extingue na alvorada do novo dia e na ansiedade de mais um ano imprevisível.

Hoje é dia de desejar a paz e o amor, enquanto a xenofobia, o racismo, a homofobia e a misoginia, sem darem tréguas, param apenas por alguns segundos da hora que segue os fusos horários, de oriente para ocidente, até mergulhar no ocaso do dia que a República Portuguesa de 1910 fez feriado, sob o nome de Dia da Fraternidade Universal.

Pudera todo o ano, em todo o Globo, merecer o epíteto que os republicanos portugueses deram ao dia, nos trezentos e sessenta e cinco dias que hão de vir! Todos sabemos que o brilho do fogo de artifício não apaga as negruras que a guerra semeia, a aflição da fome que grassa, a dor das mortes que acontecem e os gritos de revolta que sufocam.

Mas, se não há tréguas para as tragédias que pairam sobre a Humanidade, haja saúde e paz nos momentos que esperámos durante o ano. Na passagem de ano esqueçam estas palavras e não pensem. Sonhem, delirem e amem.

Para amar, todos os dias são bons.

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