Notas Soltas – outubro/2017
Notas Soltas – outubro/2017
Turquia – Meral
Aksener criou um novo partido, nacionalista e conservador, Iyi Parti. Tem preparação
académica, experiência política e não
usa véu. Se alargar o seu apoio eleitoral, pode derrotar Erdogan e repor o laicismo
e o respeito pelos direitos humanos.
Terrorismo – É
impossível impedir os mortíferos atentados do fascismo islâmico sem o apoio de
muçulmanos, vigilância robusta, combate ideológico ao totalitarismo religioso e,
sobretudo, um combate sem tréguas às fontes de financiamento.
Catalunha – O esforço
de Puigdemont, de europeizar o conflito que ameaça a Espanha, não pode ser tratado
como caso de polícia, com a conivência judicial, porque é um caso político. O
Governo não pode, à maneira franquista, substituir o diálogo pela repressão
Web Summit – O
maior evento de tecnologia da Europa expôs o dinamismo de Lisboa para atrair
eventos. Com Guterres, Al Gore e outras celebridades, foi possível ver ainda, no
ecrã, o célebre físico Stephen Hawking a dar uma aula sobre inteligência artificial.
Arábia Saudita –
O príncipe herdeiro expurga príncipes concorrentes e recebe apoio do Ocidente para preparar a invasão do Irão
xiita. Não há terrorismo xiita há mais de uma década, e o sunita é financiado
pelos sauditas que – diz-se –, querem agora acalmar a fé.
Brasil – Após o
golpe constitucional que afastou Dilma, a PR eleita, contra quem não havia
acusações de corrupção, o poder foi entregue a Michel Temer, corrupto provado,
com a cumplicidade do poder judicial, para desmantelar o Estado social.
Extrema-direita –
O perigo do regresso ao fascismo nota-se no crescimento da direita nacionalista
e populista, já no poder na Polónia e na Hungria, pronta a aceder na Áustria ou
na República Checa, e na insólita entrada no Parlamento alemão.
Espanha – A
presidente do Parlamento catalão, foi libertada sob caução e promessa de
renunciar a atividades políticas. A renúncia aos direitos cívicos é um ultraje
fascista dos juízes, indigno de quem o aceitou. A pusilanimidade de Puigdemont é
contagiosa.
Tecnoforma – O
DCIAP e o DIAP de Coimbra, nada encontraram de ilegal na conduta de Relvas e
Passos Coelho, mas o gabinete europeu antifraude faz acusações de burla e exige
a devolução de 6.747.462 € ao Fundo Social Europeu. Recorda os submarinos!
WikiLeaks –
Julian Assange divulgou documentos secretos que prejudicaram os EUA e tornou-se
herói. Ao negociar com Trump Jr. a entrega dos que comprometiam Hillary, a
troco de um lugar de embaixador, revelou ser um mero ladrão e chantagista.
Rio Tejo – O
maior rio da Península Ibérica corre para a morte. O aquecimento global, a seca
e, sobretudo, a agricultura intensiva do Sudeste espanhol, aceleram o desastre
que transforma um rio caudaloso num percurso seco e estéril.
Angola – A
decisão do PR João Lourenço, afastando os filhos do antecessor dos lugares
cimeiros da economia, revelou enorme coragem e o desejo de erradicar a
corrupção. Se não for mera rotação de clientelas partidárias, é uma lança em
África.
Zimbabué – Roberto
Mugabe foi um líder muitas vezes comparado a Mandela. O poder fez dele o déspota
vitalício que passou de herói a vilão e de libertador do povo a ditador tribal,
que conduziu o País à miséria e ao caos.
Brexit – A
ambição e insânia lançaram o RU no pântano onde se atolou. Para agravar a crise
política, depois dos Papéis do Panamá, vieram os Papéis do Paraíso, onde a própria
família real perdeu a dignidade e se tornou metáfora da degradação ética do
reino.
Infarmed – A
mudança da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, de Lisboa
para o Porto, sem razões técnicas ou económicas, é uma decisão tão incorreta e
insensata como a que substituiu Lisboa na candidatura internacional à AEM.
Estado Islâmico –
A expulsão do território onde estava instalado não o erradicou. O EI sobrevive
no coração de sunitas fanáticos, com cumplicidades financeiras que permitem sustentar
o terrorismo global e as madrassas e mesquitas que lhes prometem o Paraíso.
Egito – A
violência do ataque a uma mesquita na região do Sinai-Norte fez mais de 300
mortos e de 100 feridos. É preciso muita fé para tamanho ódio, o prazer de
matar quem crê no mesmo Deus, com uma liturgia não homologada (heresia) pelos
assassinos.
Irão – Como país
islâmico, o sexo é proibido antes do casamento, e o álcool sempre. Os jovens
ricos arriscam a vida e desafiam o clero, em orgias de sexo e álcool. Era
aliciante ver as hormonas e o vício a sobreporem-se à virtude e a derrotarem o
desvario da fé.
Alemanha – A complexidade
de governar com partidos divergentes deixa à Sr.ª Merkel a opção de um governo
minoritário, frágil, ou repetição de eleições, com alteração para pior, do espetro
partidário. Só o sacrifício do SPD lhe pode valer.
Catalunha_2 – O
veto do Tribunal Constitucional ao novo estatuto autonómico, votado no
Parlamento em 2010, foi a cedência ao PP que piorou a questão espanhola. A
política aventureira de Puigdmont, ora desacreditado, leva-o a entrar na
demagogia contra a UE.
Líbia – A afronta
aos direitos humanos de milhões de pessoas encontra na pungência de um drama a
metáfora da miséria e perversidade humanas – a escravatura –, com leilões de escravos,
imigrantes africanos, a cerca de 330 euros.
OE-2018 – A
aprovação pelo PS, BE, PCP, PEV e PAN, foi uma vitória da negociação sobre o
radicalismo, na sequência de acordos que permitiram a governação do PS e o
renovar da esperança no governo que não precisou de OE retificativos.
Coreia do Norte –
O disparo de um novo míssil balístico intercontinental é a afirmação perigosa
de um líder que se mantém no poder pelo terror, atemorizando o mundo e o seu
próprio povo a quem serve doses maciças de nacionalismo à falta de alimentos.
Slobodan Praljak –
O envenenamento, em direto, na leitura da sentença, não foi só o fim do
general, herói e patriota de uns, genocida e cruel para outros, foi um libelo contra
o TPIJ que puniu crimes na ex-Jugoslávia e não julgou quem instigou a
desintegração.
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