Jerusalém e hipócritas ditames…

Tzipi Hotovely
O Governo israelita não desiste de enfrentar a comunidade internacional. Reconfortado com a decisão do presidente da Guatemala, Jimmy Morales (evangélico militante, comediante de profissão e dirigente da Convergência ‘nacionalista’ guatemalteca), que à boa 'maneira trumpista' decidiu anunciar no facebook que iria ‘acompanhar’ a provocação de Donald Trump, quanto ao estatuto de Jerusalém, lançou-se numa chicana política anunciado hipotéticos novos aderentes.
 
É muito cedo para festejar esta nova adesão. Provinda do sector da Direita nacionalista da América Central é bom ter presente que Jimmy Morales, chefe de Estado e do Governo guatemalteco, não tem maioria no Parlamento (Congresso da República). Vamos esperar para ver os próximos desenvolvimentos nos revelam…
 
O interessante e simultaneamente abominável é a campanha urdida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita. A vice-ministra Tzipi Hotovely, em recente entrevista a um jornal israelita, anunciou que mais 10 países se preparam para reconhecer Jerusalém – ao arrepio das decisões Nações Unidas - como capital de Israel link.
 
De concreto, os europeus conhecem a precoce e frustrada démarche do primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, junto de Emmanuel Macron no seguimento da provocação de Trump.
Saiu do Eliseu com Macron a reafirmar a solução reconhecida internacionalmente dos dois Estados link.
 
Mas, a maneira como Tzipi Hotovely anuncia que mais países se preparam para reconhecer Jerusalém como capital de Israel, desvendando que existem no seio dos 10  invocados alguns Estados europeus, é digna de um filme de suspense, para não dizer de 'terrorismo diplomático'. Não é a única culpada. Não é inocentemente que se recusa a revelar quais são esses Estados europeus. Israel sempre tentou tirar benefícios da confusão.
 
Na UE, a silenciosa parcimónia da Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Federica Mogherini, mesmo após uma expressiva votação sobre este assunto aprovada na AG da ONU, revela a insuportável ambiguidade do Mundo perante a pressão de Trump e os interesses de Netanyahu. 
 
Enquanto perduram estas hesitações e encolhas muita gente na Palestina vai sendo desalojada e morrendo. Triste e desolador para esta transcendental quadra festiva … onde se repetem os mais elevados protestos acerca da Paz.
Santa Hipocrisia!

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