O PR e a IVG. Lei foi regulamentada.
O respeito que merece o Presidente da República devia resguardá-lo de algumas atitudes susceptíveis de provocar críticas legítimas e uma indesejável animosidade. Não perdeu o respeito que lhe é devido depois da vitória tangencial que o colocou em Belém, é certo, mas arriscou a consideração ao pretender defraudar as expectativas do referendo.
Depois do pouco avisado apoio da esposa aos movimentos do Não, irrenunciável direito de cidadã, o PR ficou conotado com os vencidos no referendo e afectado na sua isenção e neutralidade. Devia ter vetado a lei ou abster-se de comentários.
A vitória da Lei na AR foi equivalente à das urnas, motivo bastante para não arriscar um veto inútil e demolidor para o seu prestígio, mas não se coibiu de ditar sentenças em que o homem de Estado deixou transparecer a matriz conservadora a respeito da IVG:
1 - «A invocação de objecção de consciência não justifica a exclusão dos profissionais de Saúde de consulta prévia».
2 - «Deve-se mostrar o nível de desenvolvimento do embrião com recurso a uma ecografia».
A regulamentação da lei proíbe expressamente os médicos que evoquem a objecção de consciência de participar na consulta prévia às mulheres que pretendam interromper a gravidez e é omissa quanto à obrigação de exibir a ecografia. Felizmente.
Se triunfassem os desejos do PR as mulheres, no uso de um direito, teriam de suportar um sermão e um vexame, acompanhados de uma crueldade injusta, inútil e gratuita.
Ninguém, nem o PR, tem o direito de confundir a natureza pública das funções que ocupa com as convicções privadas.
Depois do pouco avisado apoio da esposa aos movimentos do Não, irrenunciável direito de cidadã, o PR ficou conotado com os vencidos no referendo e afectado na sua isenção e neutralidade. Devia ter vetado a lei ou abster-se de comentários.
A vitória da Lei na AR foi equivalente à das urnas, motivo bastante para não arriscar um veto inútil e demolidor para o seu prestígio, mas não se coibiu de ditar sentenças em que o homem de Estado deixou transparecer a matriz conservadora a respeito da IVG:
1 - «A invocação de objecção de consciência não justifica a exclusão dos profissionais de Saúde de consulta prévia».
2 - «Deve-se mostrar o nível de desenvolvimento do embrião com recurso a uma ecografia».
A regulamentação da lei proíbe expressamente os médicos que evoquem a objecção de consciência de participar na consulta prévia às mulheres que pretendam interromper a gravidez e é omissa quanto à obrigação de exibir a ecografia. Felizmente.
Se triunfassem os desejos do PR as mulheres, no uso de um direito, teriam de suportar um sermão e um vexame, acompanhados de uma crueldade injusta, inútil e gratuita.
Ninguém, nem o PR, tem o direito de confundir a natureza pública das funções que ocupa com as convicções privadas.
Comentários
Queriam ganhar na "secretaria".
Perderam também na "secretaria".
Uma derrota em toda a linha para os "defensores da vida".
Uma vitória para Portugal, sobretudo para as mulheres.
Há alturas em que adoro o meu país.
E, já agora, também uma referenciatiza ao IRS e ao IRC... ;)
Obrigado pela sua atenção. Vou corrigir a gralha.
Onde está IVA devia estar IVG.
As minhas desculpas aos leitores.
Seria bom que os conselheiros de estado encaminhassem o nosso PR de forma a que se alheie das suas convicções pessoais e actue como presidente de todos os portugueses.
Continua a achar que é um executivo, talvez... mas não são essas as suas funções!
Com estas atitudes vexa o cargo que encarna e partidariza o único lugar que é universalmente sufragado e que é endogenamente apartidário.
Carlinhos, vai P'RO CARALHO
Mais uma semanita de campanha e agora estava a tratar das flores da "Vivenda Mariani".
O Governo, como era seu dever, tomou-as em consideração e, em conformidade, decidiu com a autonomia que o nosso sistema político e constitucional lhe confere.
Pela primeira vez, é notório que não seguiu "à letra" a totalidade das recomendações da PR.
Mostrou, deste modo, sensibilidade na interpretação do sentido do voto referendário, exibiu independência e uma contida determinação, num quadro de separação de poderes.
Como deve ser na República!
Manuel Alegre foi o segundo candidato mais votado, com 20,72 %, seguindo-se Mário Soares 14,34 %, Jerónimo de Sousa 8,59 %, Francisco Louça 5,31 % e Garcia Pereira 0,44 %.
Eis os números de uma vitória à tangente!!!!!
(Não me digam que é o JC, propriamente dito, que já comenta no Ponte Europa?!...)
Se não percebeu, eu vou explicar devagar, para tentar acompanhar a sua compreensão lenta:
a v-i-t-ó-ri-a t-a-n-g-e-n-c-i-a-l
r-e-f-e-r-e- - -s-e à t-o-t-a-l-i-d-a-d-e d-e v-o-t-o-s e-x-p-r-e-s-s-o-s. P-E-R-C-E-B-E-U A-G-O-R-A-?
Era chato.
É capaz de ter razão. Eu tagencio. Mas sempre lhe digo que há ocasiões em que só me apetecia aplicar uma "Secante" às asneiras que aqui são ditas...