Coimbra - Um largo para Fausto Correia
Foi um cidadão singular, tocado pelo espírito de tolerância, o sentido da fraternidade e o princípio da ética republicana. Era o intelectual estimado por Torga e Fernando Vale mas foi, sobretudo, o homem que viveu impetuosamente porque sabia que não há vida para lá da morte. Por isso era excessivo. Na forma e na substância.
Viveu depressa. É sempre rápida a viagem que começa com o primeiro vagido e acaba com o último suspiro, mas foi muito curta a dele. Podia ter esperado pelo presidente da Câmara que Coimbra desejava e merecia. E o Fausto, na paixão da vida, no desprezo das análises e no gosto das tertúlias, fez a vontade à morte.
Além de político de rara intuição e governante sagaz foi o alquimista dos afectos que transformou conhecidos em amigos e admiradores, construindo a imensa cadeia de dilectos sem a qual não saberia viver.
Era o mais destacado político de Coimbra quando a vida o abandonou numa manhã, em Bruxelas. Sendo cidadão do Mundo era um homem de Coimbra onde regressava sempre para o convívio dos numerosos amigos. Cá voltou, por entre lágrimas de pesar, na derradeira viagem.
Em Celas, no seu Café habitual, a tertúlia nunca mais foi a mesma. Falta-lhe a seiva que a nutria, a paixão da vida, o afecto de quem foi a mais sólida referência e o cimento. Morreu, traído pelo coração, aquele coração grande, abnegado e solidário. Coimbra ficou de luto e Portugal mais pobre.
Ficou o largo, que atravessava a caminho do Café e dos amigos, agora com o seu nome. Desde 4 de Julho. Imagino-lhe ainda um sorriso travesso a olhar a placa que não viu no Largo em cuja toponímia entrou demasiado cedo. Vi descerrá-la. Lembrei-me do último café que tomámos a poucos metros e desapareci por entre a multidão que assistiu ao acto. Havia um mar de gente para evocar a ausência.
Viveu depressa. É sempre rápida a viagem que começa com o primeiro vagido e acaba com o último suspiro, mas foi muito curta a dele. Podia ter esperado pelo presidente da Câmara que Coimbra desejava e merecia. E o Fausto, na paixão da vida, no desprezo das análises e no gosto das tertúlias, fez a vontade à morte.
Além de político de rara intuição e governante sagaz foi o alquimista dos afectos que transformou conhecidos em amigos e admiradores, construindo a imensa cadeia de dilectos sem a qual não saberia viver.
Era o mais destacado político de Coimbra quando a vida o abandonou numa manhã, em Bruxelas. Sendo cidadão do Mundo era um homem de Coimbra onde regressava sempre para o convívio dos numerosos amigos. Cá voltou, por entre lágrimas de pesar, na derradeira viagem.
Em Celas, no seu Café habitual, a tertúlia nunca mais foi a mesma. Falta-lhe a seiva que a nutria, a paixão da vida, o afecto de quem foi a mais sólida referência e o cimento. Morreu, traído pelo coração, aquele coração grande, abnegado e solidário. Coimbra ficou de luto e Portugal mais pobre.
Ficou o largo, que atravessava a caminho do Café e dos amigos, agora com o seu nome. Desde 4 de Julho. Imagino-lhe ainda um sorriso travesso a olhar a placa que não viu no Largo em cuja toponímia entrou demasiado cedo. Vi descerrá-la. Lembrei-me do último café que tomámos a poucos metros e desapareci por entre a multidão que assistiu ao acto. Havia um mar de gente para evocar a ausência.
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