Energia nuclear. Sim ou Não?
Se há dois anos, apenas, alguém defendesse para Portugal a energia nuclear, encontrava em mim um fervoroso opositor a esgrimir honestamente argumentos que a condenam.
Curiosamente quando o actual Governo, a esse respeito, se manifestou, há dias, desinteressado e afirmou que o nuclear não era uma opção que estivesse na sua agenda, pareceu-me uma posição pouco avisada.
Todos sabemos que os interesses financeiros e as agências de imagem fazem mais pelas decisões do que os argumentos técnicos. Basta ver o que se passou, e passa, com a co-incineração. Continua um maná para a promoção pessoal de figuras de segundo plano, como arma de arremesso contra o Governo e pretexto para providências cautelares, um instrumento para defesa dos cidadãos transformado em arma partidária.
Quando me falam em energias limpas, lembro-me do atentado visual das hélices que rodam no cimo de montes, outrora belos, e dos milhares de toneladas de alumínio cujas consequências desconheço com um custo/eficácia de difícil justificação.
Excepto a das barragens, não isentas de riscos e de perigos ambientais, as energias ditas limpas são pouco limpas e pouco eficazes. Com os combustíveis fósseis com o fim anunciado e o aquecimento global a galopar acima das previsões, não me parece sensato que a energia nuclear, para fins pacíficos, possa estar afastada da agenda de qualquer Governo.
A oposição portuguesa de direita nem sequer precisa de agenda, afastada de qualquer preocupação, interessada apenas nos lugares autárquicos e nos de deputados europeus, nacionais e das Regiões Autónomas.
À falta de oposição credível, sem chama nem causas, a última coisa que o Governo não pode dizer, em relação à energia nuclear, é «nunca».
Curiosamente quando o actual Governo, a esse respeito, se manifestou, há dias, desinteressado e afirmou que o nuclear não era uma opção que estivesse na sua agenda, pareceu-me uma posição pouco avisada.
Todos sabemos que os interesses financeiros e as agências de imagem fazem mais pelas decisões do que os argumentos técnicos. Basta ver o que se passou, e passa, com a co-incineração. Continua um maná para a promoção pessoal de figuras de segundo plano, como arma de arremesso contra o Governo e pretexto para providências cautelares, um instrumento para defesa dos cidadãos transformado em arma partidária.
Quando me falam em energias limpas, lembro-me do atentado visual das hélices que rodam no cimo de montes, outrora belos, e dos milhares de toneladas de alumínio cujas consequências desconheço com um custo/eficácia de difícil justificação.
Excepto a das barragens, não isentas de riscos e de perigos ambientais, as energias ditas limpas são pouco limpas e pouco eficazes. Com os combustíveis fósseis com o fim anunciado e o aquecimento global a galopar acima das previsões, não me parece sensato que a energia nuclear, para fins pacíficos, possa estar afastada da agenda de qualquer Governo.
A oposição portuguesa de direita nem sequer precisa de agenda, afastada de qualquer preocupação, interessada apenas nos lugares autárquicos e nos de deputados europeus, nacionais e das Regiões Autónomas.
À falta de oposição credível, sem chama nem causas, a última coisa que o Governo não pode dizer, em relação à energia nuclear, é «nunca».
Comentários
A questão é esclarecer um pormenor não dispisciendo:
- A solução levanta ou contém novos problemas?
Isto é, os custos de produção de energia nuclear podem baixar e competir com outras soluções alternativas?
O investimento é, em termos orçamentais (% do PIB) para Portugal, é demasiado pesado?
A segurança de funcionamento foi substancial melhorada desde 1979 onde se iniciou um “cadeia de acidentes” , não negligenciáveis:
- Three Mile Island (Pensilvânia);
- Central nuclear secreta próxima de Erwin (Tennessee);
- Central nuclear de Tsuruga (Japão);
- Chernobyl (Ucrânia)- o mais grave : explosão (!) do reactor 4;
- Explosão de uma fábrica de recuperação de combustível radioativo em Tomsk-7, na Sibéria;
- Vazamento no circuito de refrigeração no gerador de Monju (centro) no Japão;
- Explosão e incêndio na usina experimental de recuperação de Tokaimura (nordeste de Tóquio - Japão) em 1997;
- Novo acidente na central nuclear de Tokaimura, dois anos depois, de gravidade aproximada com a de Chernobyl.
Apesar de estar presente na memória de todos a tragédia de Chernobyl é impressionante o numero de acidentes no Japão.
Há da parte dos Governos e das Comissões nacionais e internacionais de energia nucleares, das associações ambientalistas uma tremenda discrição e uma manifesta falta de informação sobre este assunto que de um dia para o outro cai do além para as pessoas rapidamente decidirem. Claro que, com este Governo, este PR e esta Oposição, não haverá referendo. Mesmo que o prometam na próxima campanha eleitoral!
Não se deverá avançar para uma solução destas sem um amplo debate e sem que a comunidade científica desça à Terra e explique, com pormenor, a envolvencia de uma opção desta natureza.
Finalmente, o grande problema:
Penso que não está cabalmente e satisfatória resolvido o tratamento dos resíduos nucleares.
Ninguém aceita que os mesmos sejam "enterrados" em Países do 3º. Mundo e se paguem principescas recompensas aos dirigentes corruptos e inconscientes.
Há só uma Terra e não podemos permitir que corruptos a negoceiem, a vendam…a conspurquem…
Ultimas questões:
Quem deve gerir esta produção?
Quem deve ser responsável por todo o processo produtivo?
Não há duas respostas: o Estado.
Quem deve garantir toda a segurança, fiscalizar e regular este processo? O Estado e os organismos de controlo nuclear internacionais.
Ao Sr. Patrick Monteiro Barros deve ser explicado que há coisas que podem parecer um bom negócio mas são da reserva do domínio público.
Com certeza que, o mesmo senhor, não quererá ser dono de uma esquadrilha de caças ou de um esquadrão de tanques...
Se há uma coisa que TODOS devemos ter aprendido com a presente crise energética é que o sector energético é altamente estratégico e não pode ser entregue ou estar dependente de manipulações ou especulações de terceiros...
Mas, como diz o Povo, a procissão ainda não chegou ao adro…
E a resposta à pergunta do post é:
Para já - NÃO!
manoel
Por outro lado, não podemos esquecer que o petróleo não dura sempre.
É pois neessário colocar a questão da energia nuclear pelo menos na agenda da discussão pública, como uma possibilidade a encarar.