A opção neo-liberal da SEDES
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Aquilo que vem propor, e de uma forma oportunista para abrir o caminho à nova presidente do PSD, é um maior desinvestimento na Saúde e na Educação e uma mais incisiva revisão das leis laborais, em benefício do patronato. Sem o explicitar, a SEDES pretende um país mais desqualificado, com uma economia baseada numa competitividade de baixos salários, e com uma população desprotegida em termos sociais.
Os tecnocratas da SEDES ignoraram olimpicamente o desemprego e as injustiças sociais derivadas da desigualdade profunda da distribuição do rendimento nacional, que nos coloca vergonhosamente na cauda da Europa. Também não se dignaram a referir a pouca qualificação dos nossos empresários, incapazes, apesar dos generosos subsídios europeus nos últimos vinte anos, de modernizar a economia e introduzir-lhe um dinamismo de inovação e organização para a projectar com um crescimento sustentado.
Estes tecnocratas, confortavelmente recolhidos nos seus gabinetes, ainda não se aperceberam que o mundo está a mudar e que o neo-liberalismo em que foram educados está a ser actualmente sujeito a uma forte contestação (e revisão) por parte dos economistas e universitários mais esclarecidos.
Alexandre de Castro
A SEDES acentuou com Campos e Cunha a sua opção neo-liberal, doutrina económica completamente esgotada nos seus fundamentos e que não apresenta nenhuma solução viável para a resolução da actual crise mundial, que a sua aplicação global provocou.
Aquilo que vem propor, e de uma forma oportunista para abrir o caminho à nova presidente do PSD, é um maior desinvestimento na Saúde e na Educação e uma mais incisiva revisão das leis laborais, em benefício do patronato. Sem o explicitar, a SEDES pretende um país mais desqualificado, com uma economia baseada numa competitividade de baixos salários, e com uma população desprotegida em termos sociais.
Os tecnocratas da SEDES ignoraram olimpicamente o desemprego e as injustiças sociais derivadas da desigualdade profunda da distribuição do rendimento nacional, que nos coloca vergonhosamente na cauda da Europa. Também não se dignaram a referir a pouca qualificação dos nossos empresários, incapazes, apesar dos generosos subsídios europeus nos últimos vinte anos, de modernizar a economia e introduzir-lhe um dinamismo de inovação e organização para a projectar com um crescimento sustentado.
Estes tecnocratas, confortavelmente recolhidos nos seus gabinetes, ainda não se aperceberam que o mundo está a mudar e que o neo-liberalismo em que foram educados está a ser actualmente sujeito a uma forte contestação (e revisão) por parte dos economistas e universitários mais esclarecidos.
Comentários
Diz: "No maior partido da oposição poder-se-á ter iniciado um ciclo de estabilidade, condição necessária para a afirmação de uma alternativa credível."
É um desejo. Na verdade, com a crise ´social e económica a estabilidade e credibilidade só existem em tertúlias. De resto, a dúvida impera nos cidadãos e condiciona as organizações ( de toda a espécie).
Quer na saude, na Educação e na Legislação Laboral, veio tentar dar uma "ajudinha" à oposição PSD.
Não negando algumas das realidades visíveis, propõe transformações que lhe retiram a tradicional amplitude de análise a que estavamos habituados.
Enreda-se por propostas e soluções já gastas ou que são meras repetições de críticas partidárias já ditas e reditas pelas oposições.
Colou-se ao "stabilishment" e andou num circulo vicioso. Quando digo colou-se ao 2stabilishment" refiro-me ao PSD.
A opção de Campos e Cunha , actual presidente da SEDES, mas um homem com um trajecto político algo estranho, é de contenção no investimento público. Não teve a coragem de referir isso expressamente no comunicado. Andou lá perto na Saúde, insitiu na polémica dos exames na Educação e nas relações laborais voltou a flexibilização.
Como se diz no post uma opção neo-liberal. Está tudo dito.
Todavia, discussões deste teor, embora sejam um exercício cívico, de uma organização com um percurso relevante na era democrática e pré-democrática portuguesa, começam a sobrepor-se com outras organizações, mais frescas, mais recentes, mais aguerridas. O "Compromisso Portugal" diria o mesmo ou melhor, dentro da perspectiva neo-liberal seria, com certeza, mais contundente.
Ora, no auge da crise social e no pico da crise económica (preço dos combustíveis), as tomadas de posição "mornas", já nada influenciam. São paleio de chacha!
É encher pneus com câmaras de ar furadas...