Igreja anglicana numa encruzilhada
A vitória dos fiéis progressistas que já haviam consagrado o acesso das mulheres ao sacerdócio, bem como de homossexuais, e, agora, ao episcopado, é o prenúncio de um cisma em que a corrente conservadora se vira para Roma e os progressistas seguem o seu caminho como igreja protestante.
O anglicanismo é uma criação oficial de Henrique VIII, separada de Roma desde 1534, embora o desejo de emancipação já fosse forte e o contributo da Reforma protestante decisivo. Por isso permaneceu sempre uma corrente, influenciada pela Reforma, mais tolerante e progressista que coexistiu com outra mais tradicionalista e nostálgica do Vaticano.
Para esta corrente, que tem menos adeptos e mais praticantes, o acesso das mulheres ao sacerdócio foi sempre uma espinha cravada no coração de quem não perdoa à mulher o pecado original e a considera indigna do exercício do múnus.
A luta constante entre liberais e conservadores, que atingiu o auge com a indicação de uma mulher como Primaz da Igreja Episcopal dos EUA, teve agora um novo braço de ferro que ameaça desintegrar a Igreja que tem na Inglaterra e na monarquia inglesa a sua mais sólida referência.
Após um breve retorno à Igreja católica (1553/58) as vicissitudes do poder ditaram o regresso ao anglicanismo que, desde 1558, passou a ser a religião oficial. Hoje, todos os monarcas têm de jurar manter e proteger a fé e espera-se que casem com um protestante, obrigação mitigada pelo tradicional sentido da tolerância britânica onde são numerosas as religiões e 23% da população é alheia a qualquer fé.
Os homossexuais e as mulheres impedem que, no futuro, todos os anglicanos possam frequentar a mesma missa. O cisma vem aí. Não é a fé que os divide, é a tolerância.
O anglicanismo é uma criação oficial de Henrique VIII, separada de Roma desde 1534, embora o desejo de emancipação já fosse forte e o contributo da Reforma protestante decisivo. Por isso permaneceu sempre uma corrente, influenciada pela Reforma, mais tolerante e progressista que coexistiu com outra mais tradicionalista e nostálgica do Vaticano.
Para esta corrente, que tem menos adeptos e mais praticantes, o acesso das mulheres ao sacerdócio foi sempre uma espinha cravada no coração de quem não perdoa à mulher o pecado original e a considera indigna do exercício do múnus.
A luta constante entre liberais e conservadores, que atingiu o auge com a indicação de uma mulher como Primaz da Igreja Episcopal dos EUA, teve agora um novo braço de ferro que ameaça desintegrar a Igreja que tem na Inglaterra e na monarquia inglesa a sua mais sólida referência.
Após um breve retorno à Igreja católica (1553/58) as vicissitudes do poder ditaram o regresso ao anglicanismo que, desde 1558, passou a ser a religião oficial. Hoje, todos os monarcas têm de jurar manter e proteger a fé e espera-se que casem com um protestante, obrigação mitigada pelo tradicional sentido da tolerância britânica onde são numerosas as religiões e 23% da população é alheia a qualquer fé.
Os homossexuais e as mulheres impedem que, no futuro, todos os anglicanos possam frequentar a mesma missa. O cisma vem aí. Não é a fé que os divide, é a tolerância.
Comentários
vivam as mulheres que traduzem a liberdade e a assumpção plena de si mesmas
e assim do colectivo que fazem com os homens
que lutam por um mundo melhor
menos dogmatico
mais aberto ao resto do mundo que vive fora e dentro das religiões
abraço
Ou seja, o "Público", apesar de tudo, ainda acha que as mulheres são ordenadas "padres" e "bispos". Já agora, para dar uma ideia de contra-machismo, por que não "madres" e "bispas"?
Custa perguntar?