Irão – A fé à beira da loucura nuclear

Bastavam ao mundo a loucura prosélita dos beatos e a incontinência verbal de alguns líderes para o planeta se tornar um lugar de horror. O preço do petróleo e a míngua de alimentos contribuem para adensar as nuvens que ameaçam a sobrevivência colectiva.

É neste estado de pessimismo e desânimo que o Irão lançou com êxito, a partir de local ignorado do deserto, nove mísseis com um raio de acção de 2.000 km, capaz de atingir numerosas cidades da região, nomeadamente Tel Aviv.

Sabe-se como são piedosos os guardas revolucionários de Teerão e como tem sido loquaz o presidente Ahmadinejad a reiterar o desejo obsessivo de erradicar do mapa o Estado de Israel. Já não é a questão palestina, em que os árabes têm razão, que está em causa, é o destino colectivo da humanidade e a paz internacional que estão ameaçadas pela hecatombe nuclear.

Com a Europa bloqueada pelo Não irlandês e pelas suas próprias divergências internas, com o pior presidente dos EUA das últimas décadas em fim de mandato, com o pavor das economias com a alta dos combustíveis, com a Rússia a responder ás provocações da NATO, o Irão encontrou o momento ideal para a demonstração de força.

Hoje, pela vez primeira, o Irão pôs-me do lado de Israel e do seu direito de se defender. Nos períodos de crise, por maiores que sejam as contradições que nos dilaceram, não podemos hesitar na trincheira que escolhemos. ISRAEL tem o direito à sua existência. Sem «mas».

Comentários

Camarelli disse…
A mim o que me parece é que o direito tem de ser igual para todos.

Se o Irão tem direito a existir, Israel também. Se Israel tem o direito de se defender, o Irão também.

Ahmadinejad é o cão que ladra mas não morde. Os factos não nos permitem dizer o mesmo dos líderes de Israel e dos EUA.
Matarbustos:

Israel nunca ameaçou erradicar o Irão do mapa .

Contra o sionismo somos ambos.
e-pá! disse…
JÁ CHEIRA A PÓLVORA...

A “agenda belicista” está pousada na mesa de cabeceira de G W Bush.
Tem um percurso definido. Começa por sanções económicas. Sabe que não dão os resultados esperados. Mas, sempre, vão fazendo estragos. Fomentam uma atmosfera de insegurança e ameaçam com crises económicas.
Depois é esperar.
Entretanto em Londres, Nova York, Tóquio, etc., os especuladores alimentam-se deste caos económico. Bebem da insegurança.
Hoje, a manipulação especulativa é cada vez mais dirigida e selectiva. Atingem o mercado da energia e das matérias primas em geral e ameaçam da falência ou do subdesenvolvimento da economia civil, cada vez mais condicionada ao lobby militar.
Esta especulação que se traduz-se no aumento galopante do petróleo bruto, dos alimentos básicos, etc.
Aos especuladores não lhes interessa as consequências de uma profunda crise, ou até mesmo, de uma ruptura social que ameace o Mundo com um cenário de guerra.
O lobby pró-israelita americano serve directamente estes interesses financeiros e penso que não será alheio do grupo especulador que se espalha pelo Mundo e é cada vez mais poderoso e perigoso.
Neste momento, Israel serve a estratégia militar americana no Médio Oriente.
Washington, não deixa de dormir com receio da segurança do Estado de Israel, nem da Palestina.
Sabe que em caso de guerra o objectivo principal de uma represália de Teerão é Telavive.
Depois, como está longe, sobra-lhe tempo para montar o seu dispositivo predador.
E os especuladores, esfregam as mãos.
Até os negociantes de arte tem já o "olho" nas preciosidades do antigo Império Persa.
No meio disto tudo ia deixar passar o nuclear.
Mas o nuclear no Médio Oriente é, não tenhamos dúvidas, uma arma de dissuação e provavelmente de equilíbrio capaz de evitar "aventuras" como a última de Israel no Libano.

Os ayatollas passam o dia nas mesquitas, mas não são tolos...

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