O que Cavaco fazia em 1990. Há 19 anos...
O texto acima reproduz a página 180 do livro de José António Saraiva, ao tempo Director do EXPRESSO. (Clique na imagem para ampliar).
“Confissões de um director de jornal”, Dom Quixote, Lisboa, 2003 (ISBN 972-20-2533-3).
“Portanto, não me pergunte nada”…
(recebido por e-mail)
Comentários
Não me cai bem, mesmo nada, são as confidências do autor. Não sei porquê, não me cheiram nada bem.
Melhor dizendo, cheiram-me a garotada, a canalhice.
- o do arquitecto então director do Expresso que escrevia uns editoriais um pouco criativos sobre factos politicos e, por outro lado bizarros, na sua interpretação;
Aqui, apresenta-se uma longinqua questão de credibilidade sobre AJ Saraiva que sempre me suscitou dúvidas...
- o do então presidente do PSD e 1º. ministro, que sempre teve uma relação pouco transparente, diria pouco leal, com a comunicação social, que o levou a encontros off-record, a anuncios diferidos (como o que está expresso neste excerto de livro), à célebre fuga para o Pulo do Lobo, à permanente negação do conhecimento situações políticas para esquivar-se a comentá-las, à boçalidade das respostas quando numa greve geral comentou que tinha comido pão ao pequeno-almoço, finamente, o mais elevado grau a autismo político, i.e., tentar sobreviver na polítiva - pior progredir na acção política futura - escondido atrás um longo e penoso tabu (que todos os políticos e a Imprensa "advinhavam") e mais não foi do que criar um suspense, que havia de se revelar ineficaz e cabotino.
Aqui, a questão é de uma inaptidão para lidar com a comunicação social, que arrisco a supor congénita, de uma maneira aberta, frontal, descontraída.
E sendo um defeito congénito, Fernando Lima, mesmo trabalhando com Cavaco muitos anos, acabou despedido em 2009, não conseguindo resovêlo...
Se, em 1990, era assim, daqui para a frente, vamos ver...