Franco entregou seis mil judeus ao regime nazi

Nunca falo da Guerra Civil de Espanha sem me horrorizar da violência que grassou dos dois lados da barricada, da cumplicidade da Igreja católica com os sediciosos e da onda de anticlericalismo que degenerou em barbaridades inimagináveis.

Depois de derrubado o Governo legal, Franco persistiu em assassinar adversários e nem o clero republicano poupou à fúria sanguinária, sem que lhe faltassem bispos, padres e cardeais a anunciarem que o infame era enviado da Providência.

Houve centenas de milhares de vítimas e raras famílias escaparam à orgia de terror que invadiu o país e ao ódio que está longe de ter desaparecido. Para reavivar feridas, muito contribuíram os dois últimos Papas, canonizando em doses industriais as vítimas de um dos lados.

Quando as vítimas do outro lado reclamaram os corpos dos familiares que perderam ou quiseram averiguar quem foram os pais que lhes assinaram antes de os entregarem para adopção a biltres fascistas, logo a perseguição se virou contra o honrado e corajoso juiz Baltasar Garzón, impedindo a justiça possível para as vítimas humilhadas.

Franco pertence à galeria dos mais frios e cruéis assassinos do século passado e a Igreja católica espanhola carrega o horror e a humilhação pela cumplicidade e entusiasmo com que colaborou. Desde os Reis Católicos que a violência não encontrava tão entusiástica cumplicidade clerical na onda de terror que dilacerou um povo.

Este artigo do Diário de Notícias levanta o véu de mais uma atrocidade escondida pela imensa teia fascista que sobreviveu à democracia – a entrega de uma lista de seis mil judeus, à Gestapo, pelo embaixador de Franco.

O carácter nazi do franquismo não é surpresa mas surpreende o facto de não ter havido um único campo onde a crueldade do regime não tenha chegado. Por isso os guardiões do nazismo espanhol estão tão preocupados com os esqueletos que esconderam.

Ponte Europa / Sorumbatico

Comentários

Lucas disse…
O católico Aristides de Souza salvou muitos judeus da morte, e disse que foi a sua fé católica que lhe motivou.
Hitler era cristão, assim como o nazismo, e o anti-semitismo é uma nódoa do Novo Testamento.

Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente
Anónimo disse…
"onda de anticlericalismo que degenerou em barbaridades inimagináveis."

Mas ninguém fala também dos padres ke pegaram em armas pra executar os "heréticos" republicanos!!! ninguem da tirania secular do clero sobre a nação espanhola!!!

a maior onda de anticlericalismo extremo na Europa ke gerpou barbaridades extremas foi na Croácia de Pavelic... inumeros padres ortodoxos foram massacrados de uma forma ke horrorizava até os alemães!!!
Anónimo disse…
Mats... sabia ke Mengele, Eichmann e outros nazis fugiram da Europa com ajuda da igreja?
Lucas disse…
Hitler tinha como um dos seus ídolos o ateu Nietzsche e o seu conceito do "uuber-mensch" (super homem). Este mesmo Hitler entregou a Mussolini o livro do ateu Nietzsche quando od dois se encontraram.

Eis aqui umas das frases do "cristão" Hitler:

"In Hitler’s words “the heaviest blow that ever struck humanity was the coming of Christianity” (Hitler, 1953, p. 6). The Jesuits were “swine,” and all of Christianity was “Jewish Christianity” which was comparable with “Jewish Bolshevism.” Hitler concluded that both were evil and both had to be destroyed (Kershaw, 2000, pp. 330, 488). His reasoning was based on his belief that Christianity was an “illegitimate” Jewish child and, as a Jewish child, was swine like its parent that must be eradicated. Hitler considered Christianity the “invention of the Jew Saul” (Azar, 1990, p. 154).
.......
Longe de ser um cristão, Hitler tinha o mesmo ódio ao cristianismo que os modernos ateus possuem, e que Stalin, Mao, Pol Pot também tinham.

Por isso é urgente nós cristãos lutarmos agora contra esta ideologia maléfica (ateísmo) senão mais tarde podemos ser colocados em gulags novamente.

O ateísmo descontrolado é mau para a sociedade (veja-se no caso da legalização e promoção do aborto pelos ateus, e das mais de 50 milhões de almas que já morreram devido a isso só nos EUA).
Lucas disse…
O nazismo, sendo uma ideologia de esquerda e anti-cristã, tem suporte ideológico entre os ateus do que entre o Cristianismo.

Eles não se chamavam de Nacional Socialista por acaso.
Unknown disse…
Com que então o nazismo é ideologia de esquerda!! Basta este comentário para classificar quem o faz.
Se o disparate pagasse imposto, só com os comentários de Mats teríamos o problema do défice resolvido.
Anónimo disse…
Mtas.... tens razão!!
O Hitler era um ateu maléfico e biltre!!!

http://www.youtube.com/watch?v=Jr5Q5Volv88
http://www.youtube.com/watch?v=YpcE6Igwr0U
http://www.youtube.com/watch?v=_tKuNmyjG80
http://www.youtube.com/watch?v=rVvNG_DkwzY
http://www.youtube.com/watch?v=YWvl1EKY0jk
http://www.youtube.com/watch?v=K95X2VKqQ9o
Graza disse…
Ê meninos, este blogue anda com umas visitas estranhas! Vou-me já embora! Com tanto fanatismo religioso ainda me esganam...

Ainda há gente a pensar assim?! E andamos nós a chatear os Talibans...
Graza:

É um pastor evangélico que vem aqui vender o placebo.

Não é contagioso.
Lucas disse…
A história incomoda muita gente.

"In Hitler’s words “the heaviest blow that ever struck humanity was the coming of Christianity” (Hitler, 1953, p. 6)

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