A Noruega e as mesquitas
Se há conquista de que a Europa se possa orgulhar é a da liberdade religiosa, liberdade que inclui o direito de ter ou não ter religião e a de renegar ou combater qualquer crença pelos meios que pautam as democracias.
Esta conquista deve-se à repressão política sobre o clero e não à vontade das diversas religiões. O secularismo tornou obsoletos os livros ditos sagrados e fez da Declaração Universal dos Direitos do Homem a referência para a acção dos cidadãos que defendem o pluralismo e o livre-pensamento.
Apesar do carácter totalitário e do proselitismo das religiões do livro, hoje com peculiar agressividade do islamismo, apesar da marca xenófoba, racista, violenta, homofóbica e vingativa do deus do Antigo Testamento, onde os três monoteísmos se inspiram, a Europa garante aos crentes – como deve –, a liberdade das suas práticas religiosas.
Talvez tenha sido frouxa na pedagogia contra crenças que põem em perigo a civilização e na vigilância a que deve submeter as homilias que incitam ao ódio e à violência.
Quanto mais tarde os dirigentes políticos acordarem para a prevenção do ódio que lavra entre comunidades religiosas, usando o multiculturalismo como álibi para a passividade, mais difíceis se tornam a inclusão pacífica e a democracia.
Para além das crenças cujo limite deve ser encontrado no respeito pelas leis dos países democráticos, deparamo-nos com o financiamento do proselitismo religioso por países onde é imposta a vontade única do deus autóctone, interpretada pelo clero ou dignitários que detêm o poder.
A Arábia Saudita, onde a tortura, a mutilação, a lapidação, a humilhação da mulher e outras manifestações de barbárie são práticas correntes, para agradar ao profeta que se habituaram a respeitar, é hoje um país de onde saem enormes quantidades de dinheiro para subsidiar a fé e o terrorismo.
A Noruega, onde os investimentos de determinada dimensão têm de ser autorizados pelo Governo, acaba de dar à Europa uma lição exemplar, ao recusar dezenas de milhões de euros do Governo saudita e de doadores ricos para financiarem a construção de mesquitas, apesar de legalmente aceitável.
O ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês não se limitou a recusar a aprovação do financiamento e respondeu ao Centro Islâmico Tawfiiq que seria «paradoxal e contra natura aceitar o financiamento vindo de um país que não aceita a liberdade religiosa».
É este exemplo de dignidade e coerência que se exige de todos os países democráticos para com aqueles onde o estabelecimento de qualquer comunidade diferente da oficial é considerado crime. As ideologias que impedem a concorrência devem ser consideradas totalitárias e fascistas os países que as impõem.
Esta conquista deve-se à repressão política sobre o clero e não à vontade das diversas religiões. O secularismo tornou obsoletos os livros ditos sagrados e fez da Declaração Universal dos Direitos do Homem a referência para a acção dos cidadãos que defendem o pluralismo e o livre-pensamento.
Apesar do carácter totalitário e do proselitismo das religiões do livro, hoje com peculiar agressividade do islamismo, apesar da marca xenófoba, racista, violenta, homofóbica e vingativa do deus do Antigo Testamento, onde os três monoteísmos se inspiram, a Europa garante aos crentes – como deve –, a liberdade das suas práticas religiosas.
Talvez tenha sido frouxa na pedagogia contra crenças que põem em perigo a civilização e na vigilância a que deve submeter as homilias que incitam ao ódio e à violência.
Quanto mais tarde os dirigentes políticos acordarem para a prevenção do ódio que lavra entre comunidades religiosas, usando o multiculturalismo como álibi para a passividade, mais difíceis se tornam a inclusão pacífica e a democracia.
Para além das crenças cujo limite deve ser encontrado no respeito pelas leis dos países democráticos, deparamo-nos com o financiamento do proselitismo religioso por países onde é imposta a vontade única do deus autóctone, interpretada pelo clero ou dignitários que detêm o poder.
A Arábia Saudita, onde a tortura, a mutilação, a lapidação, a humilhação da mulher e outras manifestações de barbárie são práticas correntes, para agradar ao profeta que se habituaram a respeitar, é hoje um país de onde saem enormes quantidades de dinheiro para subsidiar a fé e o terrorismo.
A Noruega, onde os investimentos de determinada dimensão têm de ser autorizados pelo Governo, acaba de dar à Europa uma lição exemplar, ao recusar dezenas de milhões de euros do Governo saudita e de doadores ricos para financiarem a construção de mesquitas, apesar de legalmente aceitável.
O ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês não se limitou a recusar a aprovação do financiamento e respondeu ao Centro Islâmico Tawfiiq que seria «paradoxal e contra natura aceitar o financiamento vindo de um país que não aceita a liberdade religiosa».
É este exemplo de dignidade e coerência que se exige de todos os países democráticos para com aqueles onde o estabelecimento de qualquer comunidade diferente da oficial é considerado crime. As ideologias que impedem a concorrência devem ser consideradas totalitárias e fascistas os países que as impõem.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Representam, ao fim e ao cabo, a aplicação do princípio da reciprocidade nas relações entre Estados, definidas pelo Direito Internacional.
Situações que, contudo, podem levantar problemas.
Se acaso a pretensão da construção de uma mesquita não fosse suportada [incentivada] pela Arábia Saudita e, por exemplo, estivesse na dependência de contributos da comunidade islâmica residente na Noruega?
Seria a mesma coisa? Ou passaria a ser um problema de liberdade religiosa?
Embora de acordo com a argumentação do governo norueguês penso que, este assunto, continua a encerrar muito espaço para manobras...
Porque se um grupo de residentes estrangeiros na Arábia Saudita professando uma qualquer crença [não-islãmica] pretendesse edificar um local de culto, tal não seria permitido...
E acabamos sempre no mesmo: a liberdade é o fundamental - para os Estados e para os cidadãos.