Parabéns, Marinho!
A anunciada vitória do Dr. António Marinho Pinto nas eleições para Bastonário da Ordem dos Advogados mostra - para quem está de fora dos meandros da luta corporativa - que estão em incubação profundas mudanças nos grupos sócio-profissionais, nomeadamente em relação à formação, à integração na actividade profissional dos novos membros e na regulação de actividades monopolistas subsidiárias de grandes e/ou "influentes" grupos que dominam "o mercado" da advocacia.
Por outro lado, venceu a concepção de é necessário manter e aprofundar uma grande autonomia [independência] da classe perante a magistratura judicial, assegurar um exercício profissional deontologicamente limpo e transparente, bem como, prosseguir numa frontal e pertinente denúncia dos problemas e vícios que infestam, há dezenas de anos, a Administração da Justiça em Portugal.
Esta vitória foi, também, o triunfo de muitos advogados [na maioria anónimos causídicos da Província sem relevo mediático] que querem mudar, interferir [no bom sentido] e serem protagonistas numa inadiável Reforma do Sistema Judicial no nosso País mas, também, a esperança de sobrevivência dos pequenos grupos de profissionais [ou mesmo profissionais com escritórios individuais] que lutam com dificuldades para levar a cabo uma advocacia qualificada e digna, contra poderosos interesses instalados nesta área que - directa e indirectamente - se envolveram nesta eleição, tentando alterar o curso das reformas iniciadas no anterior mandato do Dr. A. Marinho Pinto.
O Dr. Marinho Pinto e a Ordem dos Advogados têm, neste momento, sobejas razões e toda a legitimidade democrática para prosseguir uma luta iniciada há 3 anos contra o status quo reinante, apesar de todos os bloqueios vindos das áreas mais conservadoras da advocacia.
Declaração de interesses: sou, desde os tempos da Universidade, do ambiente fraterno das velhas "repúblicas", das lutas do movimento estudantil nas décadas de 60/70 e depois no desenvolvimento da vida profissional, um indeflectível amigo, um companheiro, um partilhador de ideais com o generoso, voluntarioso e lúcido "Marinho". Não sou advogado!
Comentários
Mas pelas muitas posições assumidas por Marinho Pinto em problemas cruciais do País
esta vitória é também dos que desejam um País
com menos corporativismo, consequentes subserviencias e corrupção,
com mais cidadania, independencia,
em assumida assumpção das responsabilidades
dialecticas de todos grupos sociais
Assim se forma e desenvolve um pais em luta contra os que o denigrem "substancialmente"...
Esta vitoria afecta seriamente alguns "magistrados", alguns "procuradores", alguns "escritorios de advogados", alguns jornalistas e jornais, alguns respectivos "empresarios" e de outros sectores
todos com muita apetencia por um poder quase absoluto, com alguma tendencia paternalista em relação ao pais que somos...
Por nós todo um grande abraço a Marinho Pinto