Grécia: eleições regionais e desafios nacionais

A Grécia foi ontem [domingo] a votos em eleições regionais [13 presidentes de região] e municipais [320 presidentes de Câmara].

O acto eleitoral transformou-se num plebiscito às brutais medidas de austeridade impostas pelo Governo.

Existe uma intensa crispação social [nos últimos meses – 7 greves gerais!] mas é cada vez maior o sentimento de que as medidas de austeridade estão em consonância com a gravidade da situação financeira a resolver e com o objectivo de salvar a economia.

O eleitorado não aceitou bem a pressão dos partidos no sentido de deslocar a eleição dos candidatos regionais e municipais para um acto referendário nacional à actuação do Governo.
Até porque os problemas não residem exclusivamente em Atenas. Estendem-se a todo o País – regiões e autarquias.

De acordo com os primeiros resultados divulgados a situação política nacional mantêm-se estável. Não parece ser necessário convocar eleições gerais.
O Governo de George Papandreou e o Partido Socialista grego PASOK, resistiram a este duro teste eleitoral.

Existe em grande número de eleitores a convicção de que a abertura de uma crise política - convocação de eleições antecipadas - poderia pôr em causa as ajudas da UE e do FMI.
Sendo assim, uma situação paradoxal, numa Europa em crise. Um largo consenso contra a brutalidade das medidas de austeridade e, ao mesmo tempo, a convicção de uma imperiosa necessidade do trabalho de um Governo que continue apostado a enfrentar a crise.
No contexto europeu, uma reacção atípica. A austeridade, a recessão económica e o aumento da carga fiscal têm - em regra - devastadores custos políticos [e eleitorais].

Uma situação a analisar com maior profundidade depois de conhecidos em pormenor os resultados e as consequências político-económicas.
E, já me esquecia, vamos esperar pela reacção dos “mercados”…

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