Portugal não fica atrás do Egito
Peritos egípcios descobriram no norte do Cairo três esqueletos humanos e uma múmia rodeada de dezenas de amuletos e estatuetas com mais de 2500 anos, anunciou este domingo o ministro das Antiguidades do Egipto, Mohamed Ibrahim.
Eu compreendo o entusiasmo dos egiptólogos, arqueólogos e espeleologistas com estas descobertas. O Egito é um santuários que as areias do deserto preservaram e onde todos os dias a antiguidade surge pelas mãos de estudiosos que dedicaram a vida a analisar as civilizações milenares que habitaram o vale do Nilo.
Curiosamente ninguém escava Portugal, onde podia encontrar uma múmia com funções atribuídas, em bom estado de conservação, e esqueletos à frente do destino do país. Era escusado revolver toneladas de areia, consultar papiros, decifrar hieróglifos e investigar escritas perdidas, bastava consultar o Diário da República e ler os jornais.
Portugal é um desconhecido cemitério onde jazem espécimes raros, o paraíso de cábulas que não descobrem uma múmia num palácio, quando os egiptólogos as descobrem entre milhões de metros cúbicos de areia, no deserto. Ninguém encontra sequer os esqueletos dos serventuários do capital cuja coluna vertebral se vergou em genuflexões e a carne se desossou a rastejar.
Há em Portugal, nesta necrópole mal frequentada, um imenso património arqueológico que jaz ao leme do país sem que um espeleólogo o descubra e preserve os achados em formol ou lhes disseque as vísceras e os embalsame.
Portugal ganharia, se substituísse comentadores avençados por uma equipe competente de espeleólogos, médicos legistas, farmacologistas e taxidermistas.
Eu compreendo o entusiasmo dos egiptólogos, arqueólogos e espeleologistas com estas descobertas. O Egito é um santuários que as areias do deserto preservaram e onde todos os dias a antiguidade surge pelas mãos de estudiosos que dedicaram a vida a analisar as civilizações milenares que habitaram o vale do Nilo.
Curiosamente ninguém escava Portugal, onde podia encontrar uma múmia com funções atribuídas, em bom estado de conservação, e esqueletos à frente do destino do país. Era escusado revolver toneladas de areia, consultar papiros, decifrar hieróglifos e investigar escritas perdidas, bastava consultar o Diário da República e ler os jornais.
Portugal é um desconhecido cemitério onde jazem espécimes raros, o paraíso de cábulas que não descobrem uma múmia num palácio, quando os egiptólogos as descobrem entre milhões de metros cúbicos de areia, no deserto. Ninguém encontra sequer os esqueletos dos serventuários do capital cuja coluna vertebral se vergou em genuflexões e a carne se desossou a rastejar.
Há em Portugal, nesta necrópole mal frequentada, um imenso património arqueológico que jaz ao leme do país sem que um espeleólogo o descubra e preserve os achados em formol ou lhes disseque as vísceras e os embalsame.
Portugal ganharia, se substituísse comentadores avençados por uma equipe competente de espeleólogos, médicos legistas, farmacologistas e taxidermistas.
Comentários
Bem, nos domingos à noite um ex-primeiro-ministro farta-se de avisar: "parem de escavar!"