Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
É necessário que esta derrota do ainda sultão de Ankara, que apostou no cavalo errado (i.e., na 'Irmandade Muçulmana'), seja acompanhada de ilações geoestratégias do dito 'Ocidente'.
As eleições turcas ameaçam tornar ainda mais confusa a situação no Mediterrâneo Oriental onde o problema turco continua a encaixar-se com a 'questão grega' e terá necessariamente reflexos por todo o Oriente Médio. Estamos a ver simultaneamente uma das várias réplicas das 'primaveras árabes' e a ignorar a agonia do projecto europeu que nunca conseguiu articular-se no Mediterrâneo e, no presente, parece apostado em deixar entregue a Grécia à sua sorte.
A incerteza sobrepõe-se - depois de conhecidos os resultados das eleições turcas - a todo o tipo de celebrações.