Uma abortada pergunta: Qual a pressa?
Qual a pressa?
Esta a pergunta feita por António José Seguro, na altura dirigente do PS, quando da crise interna criada por dirigentes afectos a facções que solicitavam a realização de um Congresso link e que passou vezes sem conta nos média, só para achincalhar.
Desaparecido da cena política a pergunta volta a colocar-se agora com mais premência. Trata-se da desorientada actuação deste Governo no fim de mandato. Encetou uma saga (espiral) de privatizações, aparentemente avulsas, que revelam o intento de ‘cumprir’ o seu programa (é suposto segundo os seus próprios ditames que a troika tenha já saído...).
Sem olhar ao passado recente onde avulta a entrega da EDP, REN, ANA, CTT, PT, etc. as baterias estão, neste momento, assestadas para a TAP, Oceanário, Transportes Urbanos, CP carga e, quiçá, as Águas. Um autêntico esvaziamento do País. Dá a sensação que, no final, não restará pedra sobre pedra.
E, para além dos atropelos e das ignorâncias estratégicas, nomeadamente em relação aos sectores da energia, transportes e comunicações o problema está efectivamente nos ‘finalmente’.
Na realidade, esta ‘fúria’ deverá corresponder a projecções eleitorais que têm sido ocultadas aos portugueses. Tanta precipitação é demais até para negociantes neoliberalizantes. A razão não deve andar longe de que mais vale antecipar do que aguardar. Ou será melhor despachar do que contemporizar.
Como se não bastassem estes malabarismos económicos e financeiros, ontem, a maioria governativa, à laia de nefasto entretenimento, avançou com o ‘chafurdar’ da lei da interrupção voluntária de gravidez a coberto de um movimento de ‘cidadãos pelo direito a nascer’ link.
Quando o País está a morrer centra-se a atenção política de nascimento de filhos não desejados. Só que a morte anunciada do País não é, para a maioria dos portugueses, voluntária.
Foi difícil conter o riso face ao argumento esgrimido pela inefável senhora Isilda Pegado de que é preciso pressionar a revogação da lei da interrupção voluntária de gravidez para resolver as dramáticas questões demográficas que enfrentamos.
A que dislates vamos estar sujeitos nesta campanha de ‘evangelização’?
Já não nos bastava o diácono João César das Neves?
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