Cristo e Maomé (Crónica ímpia)
Naquele tempo o anjo Gabriel era o alcoviteiro de serviço. Foi ele que anunciou a Maria a gravidez que já sabia. Foi ele também que, seis séculos depois, comunicou a Maomé a sua missão.
Os anjos viviam muito tempo embora poucos conhecessem a notoriedade, levando uma existência discreta e anódina. Gabriel distinguiu-se. Fora criado por judeus, que criavam anjos como o João Paulo II criava santos, que acreditavam em milagres com a mesma fé com que alguns padres rurais acreditam na existência de Deus.
Maomé nasceu em Meca durante o ano de 571 e viria a morrer em Medina em 632. O Corão e as agências de turismo fizeram santas as duas cidades e há períodos do ano em que uma chusma de fanáticos aí acorre, apesar dos perigos que os espreitam.
Muito parecidas com as largadas de touros, um espetáculo ainda em uso no concelho do Sabugal e noutras localidades portuguesas, as peregrinações têm perigos idênticos. O apedrejamento ao Diabo, um ódio transmitido de geração em geração, salda-se sempre por várias mortes enquanto o Diabo fica incólume, à espera do próximo apedrejamento.
Maomé teve uma vida pouco recomendável, um casamento com uma menina de seis anos, coisa que a Igreja católica também não via com maus olhos, e um casamento com a rica viúva Cadija cuja fortuna lhe permitiu dedicar-se à guerra, à religião e ao plágio grosseiro do cristianismo mesclado com judaísmo rudimentar.
Depois aconteceu-lhe o mesmo que a Cristo. Começou a ser adorado, correu o boato de que tinha nascido circuncidado, de que tinha ouvido Deus, de que foi para o Paraíso em corpo e alma, enfim, aquele conjunto de coisas idiotas que se atribuem aos profetas.
Hoje já ninguém pergunta se tomavam banho, sofriam prisão de ventre ou eram vítimas de salmonelas, se urinavam virados para Meca ou para o Vaticano, que hábitos sexuais ou manifestações de lascívia tinham. Foram os seguidores de Moisés, que subiu ao cimo do Monte Sinai em cujo divódromo recebeu de Deus as tábuas dos Dez Mandamentos.
Cristo e Maomé são hoje espetros adorados e os incréus defuntos apetecidos pela fé.
Os anjos viviam muito tempo embora poucos conhecessem a notoriedade, levando uma existência discreta e anódina. Gabriel distinguiu-se. Fora criado por judeus, que criavam anjos como o João Paulo II criava santos, que acreditavam em milagres com a mesma fé com que alguns padres rurais acreditam na existência de Deus.
Maomé nasceu em Meca durante o ano de 571 e viria a morrer em Medina em 632. O Corão e as agências de turismo fizeram santas as duas cidades e há períodos do ano em que uma chusma de fanáticos aí acorre, apesar dos perigos que os espreitam.
Muito parecidas com as largadas de touros, um espetáculo ainda em uso no concelho do Sabugal e noutras localidades portuguesas, as peregrinações têm perigos idênticos. O apedrejamento ao Diabo, um ódio transmitido de geração em geração, salda-se sempre por várias mortes enquanto o Diabo fica incólume, à espera do próximo apedrejamento.
Maomé teve uma vida pouco recomendável, um casamento com uma menina de seis anos, coisa que a Igreja católica também não via com maus olhos, e um casamento com a rica viúva Cadija cuja fortuna lhe permitiu dedicar-se à guerra, à religião e ao plágio grosseiro do cristianismo mesclado com judaísmo rudimentar.
Depois aconteceu-lhe o mesmo que a Cristo. Começou a ser adorado, correu o boato de que tinha nascido circuncidado, de que tinha ouvido Deus, de que foi para o Paraíso em corpo e alma, enfim, aquele conjunto de coisas idiotas que se atribuem aos profetas.
Hoje já ninguém pergunta se tomavam banho, sofriam prisão de ventre ou eram vítimas de salmonelas, se urinavam virados para Meca ou para o Vaticano, que hábitos sexuais ou manifestações de lascívia tinham. Foram os seguidores de Moisés, que subiu ao cimo do Monte Sinai em cujo divódromo recebeu de Deus as tábuas dos Dez Mandamentos.
Cristo e Maomé são hoje espetros adorados e os incréus defuntos apetecidos pela fé.
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