Piropos, assédios e bullyings…
O piropo tem alguma analogia com a questão do assédio. Popularmente existem termos que congregam alguma da essência destes actos: ‘chatear’ ou ‘azucrinar’ (a mona ou a vida).
Mas tal como o piropo o assédio é um problema frequentemente desfocado da sua plenitude, isto é, no seu largo âmbito.
O foco no ‘assédio sexual’, normalmente um instrumento de perversão e de abusiva dominação nas relações de trabalho, com incursões deambulantes e devastadoras na política e meios artísticos link e até eclesiásticos, tem ocupado a centralidade do problema e faz esquecer o persistente assédio moral de alguns 'presbíteros da verdade' (p. exº.: Marcelo Rebelo de Sousa) e, ainda, um outro mais vasto e mais caustico - o colectivo.
Seria interessante ver o PSD – que subitamente resolveu dedicar-se a temas ‘fracturantes’ – propor algo sobre o assédio colectivo. Por exemplo, apresentar um projecto-lei para penalizar modelos de intervenção externa, daqueles ditados pelos ‘mercados’, pelos ‘credores’ e quejandos, a que fomos sujeitos durante anos e que não andarão longe de um modelo de assédio colectivo.
De facto, direitos laborais, rendimentos dos pensionistas, de funcionários públicos, etc. foram objecto daquilo a que podemos chamar um continuado assédio, de dimensão colectiva, se não mesmo de ‘bullying’. Na realidade, as sucessivas intervenções de Wolfgang Schäuble acerca de Portugal e da Grécia assemelham-se muito a este quadro.
A posição do PSD é de todo semelhante aquela visão do observador atento da árvore próxima mas (politicamente) apostado em negligenciar a floresta.
Comentários
Se o Schauble mandou bocas de longe convém não esquecer a vassalagem prestada pelos meninos de bibe que lhe iam fazer queixinhas armados em "bons alunos".