A morte do bispo do Porto e a laicidade
A morte de bispo do Porto e a laicidade
Voltarei ao problema da laicidade que não é entendida, nem mesmo pelos democratas que se bateram contra o conluio entre a Igreja católica e o fascismo.
A laicidade não é contra nem a favor de qualquer Igreja, é a neutralidade exigida ao Estado e aos seus organismos, de forma a não privilegiarem qualquer religião face a outras. Se o Iraque continuasse laico, após a criminosa invasão, por Cruzados recentes, existiriam ali quase dois milhões de cristãos, em vez de 200 mil e em vias de extinção.
Na laicidade não há ódio. A neutralidade é isso mesmo, sem ódio ou amor, sem tomar partido quanto a convicções particulares de cada cidadão, de modo a que o Estado possa garantir a liberdade de qualquer crença, descrença ou anti crença.
Um crente pode beijar a mão de quem entender. O Presidente da República, ao fazê-lo, humilha o cargo que ocupa e envergonha o País que representa. O luto é um sentimento que se manifesta; a declaração de luto é um ato protocolar de natureza política, que tem regras. O Papa Francisco, se morrer em funções, tem direito a 3 dias de luto, como chefe de Estado. Bento XVI só tem direito às missas que lhe quiserem rezar os crentes.
Um bispo não tem direito a luto oficial, mas tem direito à homenagem de crentes e não crentes na razão direta da estima e admiração que cada um lhe devote.
A Sr.ª Merkel, por exemplo, não beijou a mão do Papa nem cobriu o cabelo quando o visitou ou quando visitou o monarca saudita. A mulher de Cavaco cobriu-se com o véu romano, ajoelhou-se e beijou-lhe o anel. Podia fazê-lo em viagem privada, nunca à custa do Estado, que é laico.
Por haver quem não perceba isto e, sobretudo, pela ausência de pedagogia na defesa da laicidade, os cristãos têm sido mártires onde o povo (que mais ordena) entende que os infiéis são para decapitar e as mulheres para subjugar e, quiçá, para excisar o clitóris.
Paulo de Tarso considerava o cabelo e a voz das mulheres coisas obscenas. Daí que lhes fosse vedado entrar nas Igrejas sem véu. Quanto ao canto eram trocadas por sopranitos, jovens castrados aos 12 anos, para manterem a voz adequada aos cantos litúrgicos. Não têm descendentes, como é óbvio, para reclamarem indemnizações às dioceses católicas.
O último cantor castrado da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi, que se aposentou em 1913.
O desconhecimento conduz a considerar os defensores da laicidade como marginais que odeiam a Igreja e desrespeitam a fé do povo. Quando até o PR, culto, inteligente e com sentido de Estado, perde o senso quando vê o anelão de um bispo, não se pode exigir ao povo que compreenda porque é errado decretar luto pela morte de um bispo.
Sem oportunismo de órgãos autárquicos e partidos políticos, ninguém ficava impedido de lhe sufragar a alma com missas, novenas, terços e tedéus de ação de graças.
Voltarei ao problema da laicidade que não é entendida, nem mesmo pelos democratas que se bateram contra o conluio entre a Igreja católica e o fascismo.
A laicidade não é contra nem a favor de qualquer Igreja, é a neutralidade exigida ao Estado e aos seus organismos, de forma a não privilegiarem qualquer religião face a outras. Se o Iraque continuasse laico, após a criminosa invasão, por Cruzados recentes, existiriam ali quase dois milhões de cristãos, em vez de 200 mil e em vias de extinção.
Na laicidade não há ódio. A neutralidade é isso mesmo, sem ódio ou amor, sem tomar partido quanto a convicções particulares de cada cidadão, de modo a que o Estado possa garantir a liberdade de qualquer crença, descrença ou anti crença.
Um crente pode beijar a mão de quem entender. O Presidente da República, ao fazê-lo, humilha o cargo que ocupa e envergonha o País que representa. O luto é um sentimento que se manifesta; a declaração de luto é um ato protocolar de natureza política, que tem regras. O Papa Francisco, se morrer em funções, tem direito a 3 dias de luto, como chefe de Estado. Bento XVI só tem direito às missas que lhe quiserem rezar os crentes.
Um bispo não tem direito a luto oficial, mas tem direito à homenagem de crentes e não crentes na razão direta da estima e admiração que cada um lhe devote.
A Sr.ª Merkel, por exemplo, não beijou a mão do Papa nem cobriu o cabelo quando o visitou ou quando visitou o monarca saudita. A mulher de Cavaco cobriu-se com o véu romano, ajoelhou-se e beijou-lhe o anel. Podia fazê-lo em viagem privada, nunca à custa do Estado, que é laico.
Por haver quem não perceba isto e, sobretudo, pela ausência de pedagogia na defesa da laicidade, os cristãos têm sido mártires onde o povo (que mais ordena) entende que os infiéis são para decapitar e as mulheres para subjugar e, quiçá, para excisar o clitóris.
Paulo de Tarso considerava o cabelo e a voz das mulheres coisas obscenas. Daí que lhes fosse vedado entrar nas Igrejas sem véu. Quanto ao canto eram trocadas por sopranitos, jovens castrados aos 12 anos, para manterem a voz adequada aos cantos litúrgicos. Não têm descendentes, como é óbvio, para reclamarem indemnizações às dioceses católicas.
O último cantor castrado da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi, que se aposentou em 1913.
O desconhecimento conduz a considerar os defensores da laicidade como marginais que odeiam a Igreja e desrespeitam a fé do povo. Quando até o PR, culto, inteligente e com sentido de Estado, perde o senso quando vê o anelão de um bispo, não se pode exigir ao povo que compreenda porque é errado decretar luto pela morte de um bispo.
Sem oportunismo de órgãos autárquicos e partidos políticos, ninguém ficava impedido de lhe sufragar a alma com missas, novenas, terços e tedéus de ação de graças.
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