Passos Coelho na madraça de Castelo de Vide

Pedro Passos Coelho deu a última aula do 15.º Curso Superior de Praia da Universidade de Verão do PSD.

Depois de Cavaco Silva ter usado o tempo de antena em substituição dos antiácidos que lhe acalmam a mucosa gástrica, de Paulo Rangel treinar para caceteiro, quando faltam calceteiros, e de Poiares Maduro usar o currículo académico para a deliciosa e original metáfora de comparar a credibilidade do primeiro-ministro ao cabelo de Trump, o líder cessante do PSD ficou esvaziado de conteúdo.

PPC tinha o ego afagado pela vassalagem de Cavaco, aquela vassalagem que sempre lhe prestou a partir de Belém, único troféu que lhe enfeita o currículo, mas, quanto a ideias, fez lembrar, quanto à fala, a história dos papagaios, na loja de aves: custava 200 euros o que articulava palavras em duas línguas, 500 o que conseguia fazê-lo em três, e 1000 € o que não articulava qualquer palavra, apenas porque os outros o chamavam Presidente.

Na fase de negação em que se encontra, convencido de que ainda é PM, ou voltará a ser, limitou-se a servir de modelo aos alunos daquele curso de adultos, dizendo ‘não’ a obras públicas, que “não terão nenhuma influência no aumento das exportações”.

O presidente do PSD, com a experiência aeroportuária de administrador da Tecnoforma, não aprendeu no fracassado curso, ministrado para técnicos de aeródromos e heliportos da região Centro, que a falta de um novo aeroporto em Lisboa é um entrave ao turismo, ou desconhece que esta atividade se enquadra no setor exportador.

A aula demorou 50 minutos e a parte mais substancial serviu para defender Cavaco, que ali o precedeu, a mostrar que não faz falta e por que motivo o país o detesta, apesar de – como disse PPC – até expressar ideias ‘muito próximas’ das do PSD. Deste PSD.

Para além de uma frase de fino recorte literário e nulo significado «Deixamos a espuma dos dias para a geringonça», o único argumento genial foi pedir «em nome do princípio de ‘estabilidade fiscal’ que não se mexesse no número de escalões do IRS que existem», princípio que devia ter mantido quando os reduziu para beneficiar os rendimentos mais elevados.

Com este curso e estes professores, é de temer a chegada dos diplomados ao Governo, à AR e ao poder autárquico.

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