Cavaco Silva e o seu novo ídolo Emanuel Macron
Quando o PSD de Passos Coelho, Marco António e Maria Luís exumou Cavaco Silva, para o exibir na Universidade de Verão, um cursilho de propaganda partidária, pensou que o devoto notário, que teve em Belém, podia acrescentar votos ao partido.
Mal sabia o regedor de Massamá que um cadáver político não ressuscita e que o docente era apenas o morto mal enterrado, com raiva à flor da pele e ódio a destilar por todos os poros. Um e outro são ativos tóxicos que causam azia ao país que se interroga como foi possível fazer deles o que foram.
Cavaco, na homilia que debitou, a piar superficialidades (Saramago chamou-lhe ‘mestre da banalidade’), para lá da acidez contra o país que já fez a catarse do cavaquismo, só inovou no modelo de político que lhe serve de referência e de quem se julgou a versão autóctone, Emmanuel Macron. Vá lá, Salazar era pior e abominava eleições.
Exceto o abismo cultural que o separa, Cavaco tem muito em comum com o PR francês. Precedeu-o mesmo em atitudes exóticas. A célebre ocupação do Palácio de Belém, com mulher, filhos, netos e colaterais, antecedeu a exibição de Macron em Versalhes. Graças à autonomia financeira da PR, atribuiu um gabinete à prótese conjugal. D. Maria teve as mordomias desejadas e falhadas por Macron para a Senhora Brigitte. Cavaco foi ainda precursor de Macron no golpe que o levou ao Eliseu, em apoteose, e à vitória, a seguir, nas eleições legislativas. Fez a Balsemão o que Macron viria a fazer a Hollande.
No resto, Cavaco não vê a diferença entre os Campos Elísios e a Rua da Betesga, entre a Ópera de Paris e um posto de venda de combustíveis de uma localidade de província. É por isso que não se apercebeu que o seu ídolo Macron desilude tanto como ele próprio e que o brilho e a cultura do francês não lhe auguram maior sucesso do que o seu infinito horror à cultura. Depois da manifestação de apreço de Cavaco, o prestígio de Macron fundiu-se e já está ao nível do do admirador. E ainda faltam 53 meses para ser o Cavaco francês.
Cavaco faz bem em aparecer e falar. Finge que está vivo e afasta de si próprio e do PSD os portugueses. Para alguma coisa havia de servir. É a compensação do mal que fez.
Mal sabia o regedor de Massamá que um cadáver político não ressuscita e que o docente era apenas o morto mal enterrado, com raiva à flor da pele e ódio a destilar por todos os poros. Um e outro são ativos tóxicos que causam azia ao país que se interroga como foi possível fazer deles o que foram.
Cavaco, na homilia que debitou, a piar superficialidades (Saramago chamou-lhe ‘mestre da banalidade’), para lá da acidez contra o país que já fez a catarse do cavaquismo, só inovou no modelo de político que lhe serve de referência e de quem se julgou a versão autóctone, Emmanuel Macron. Vá lá, Salazar era pior e abominava eleições.
Exceto o abismo cultural que o separa, Cavaco tem muito em comum com o PR francês. Precedeu-o mesmo em atitudes exóticas. A célebre ocupação do Palácio de Belém, com mulher, filhos, netos e colaterais, antecedeu a exibição de Macron em Versalhes. Graças à autonomia financeira da PR, atribuiu um gabinete à prótese conjugal. D. Maria teve as mordomias desejadas e falhadas por Macron para a Senhora Brigitte. Cavaco foi ainda precursor de Macron no golpe que o levou ao Eliseu, em apoteose, e à vitória, a seguir, nas eleições legislativas. Fez a Balsemão o que Macron viria a fazer a Hollande.
No resto, Cavaco não vê a diferença entre os Campos Elísios e a Rua da Betesga, entre a Ópera de Paris e um posto de venda de combustíveis de uma localidade de província. É por isso que não se apercebeu que o seu ídolo Macron desilude tanto como ele próprio e que o brilho e a cultura do francês não lhe auguram maior sucesso do que o seu infinito horror à cultura. Depois da manifestação de apreço de Cavaco, o prestígio de Macron fundiu-se e já está ao nível do do admirador. E ainda faltam 53 meses para ser o Cavaco francês.
Cavaco faz bem em aparecer e falar. Finge que está vivo e afasta de si próprio e do PSD os portugueses. Para alguma coisa havia de servir. É a compensação do mal que fez.
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