Religião: O chicote e a cenoura

O Inferno e o Paraíso são a ameaça e a promessa, o horror e as delícias com que os impostores da fé assustam e entusiasmam. Um é o chicote e o outro a cenoura. Com ambos engodam os padres os timoratos e os cobiçosos.

Os milhões de parasitas que as religiões alimentam não precisam de crer nas patranhas que impingem, basta que os incautos acreditem e o poder do Estado proteja o negócio.

A aliança entre a religião e o Estado facilita o charlatanismo religioso, corrói o tecido moral de um país e aduba a superstição e a ignorância com o vírus da fé.
Perseguir a religião, qualquer religião ou corrente filosófica, é um acto de tirania, mas favorecer os trampolineiros da fé, alcoviteiros do dogma e propagandistas dos milagres, é uma cobardia de oportunistas à espera de favores da Igreja.

Deixemos que os beatos se empanturrem em hóstias, se demolhem em água benta e se defumem em incenso. Não lhes causam azia as hóstias nem a água benta lhes desarranja os intestinos. Só o incenso é curto para cobrir os odores que o banho diário eliminaria.

Basta de idolatria, trapaça e fanatismo.

Comentários

Anónimo disse…
Até quando grande parte da humanidade se manterá refém desta idolatria sem sentido? Foram milénios de medos, impostos até pelo assassínio puro e simples de quem se opunha, em tempos de tirania absoluta e obscurantista da ICAR. Considero este post exemplar. Bem haja.
Para muitos brilhantes teólogos a gravura que ilustra este post é herética, pois retrata Adão e Eva com umbigo. Ora a teologia mais ortodoxa entende que essas duas criaturas, não tendo sido geradas no ventre de uma mulher, nunca estiveram ligadas a nenhum cordão umbilical, e portanto não teriam umbigo. Essa magna questão tem feito correr rios de tinta, desde a Idade Média, e ainda hoje é objecto de eruditas controvérsias teologais.

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