Um antigo batizado


O batizado de Dinis de Santa Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco João de Bragança

Injustamente ignorado das primeiras páginas dos jornais, afastado da abertura dos noticiários televisivos e, perante a imperdoável distração da comissão organizadora do Porto - 2001, teve lugar no dia 19 de fevereiro de 2000 o batizado do menino Dinis de Santa Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco João de Bragança, filho do Sr. Duarte Pio. A princípio julguei tratar-se de uma lista pra os padrinhos escolherem o nome mais bonito. Só quando percebi que todos os nomes passavam a ser propriedade do novo cristão, me dei conta da relevância do evento, abrilhantado, aliás, pelo Senhor Bispo do Porto, numerosos membros do cabido, proeminentes plebeus e piedosas senhoras da melhor sociedade.

Foi com alguma emoção que soube libertado dos riscos do limbo o pequeno Dinis através da água vinda expressamente do rio Jordão , embora eu preferisse por razões bacteriológicas a dos Serviços Municipalizados do Porto depois de convenientemente benzida. Escreveu Augusto Abelaira que o homem é o único animal que distingue a água benta da outra, mas nada referiu sobre a diferença da água captada no rio Jordão e a da bacia hidrográfica do Douro. Certo, certo, é que o menino ficou mais puro, liberto que foi do pecado original que carregava desde o dia 25 de Novembro 1999, data em que veio ao mundo por via baixa, num parto eutócico.

Houve patrocinadores e piedosas pessoas que contribuíram com mais de 6 mil contos para tão auspiciosa festa. Apenas temi, por se tratar duma virtude, que ao preço elevado a que ascendeu o primeiro sacramento pudessem tornar-se incomportáveis os primeiros vícios. No entanto, estou certo que as excelsas senhoras, que então acompanharam piedosamente o neófito no caminho da virtude, o não abandonarão com a sua solicitude no primeiro pecado, agora que se aproxima dos 13 anos.

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