Momento de poesia

O grito -  o célebre quadro de Edvard Munch.


O meu nome na tua boca…

O meu nome na tua boca
é sal que queima e abrasa
é dor longínqua que se sente
é fogo incandescente,
é brasa que ainda arde.

O meu nome na tua boca
é grito desesperado
sufoco reprimido
saudades do passado
um fruto destruído.

O meu nome na tua boca
é ferida ensanguentada,
gume frio de espada
 ponta fina
de um punhal de prata

O meu nome na tua boca
é o campo de batalha devassado
onde jazem os despojos
de desejos destroçados.

O meu nome na tua boca
é vento suão, do deserto,
aridez
que tudo seca e mata
é tormento
é dor, é sofrimento,
cadáver de pássaro, a boiar na água
rio azul da tua e da minha solidão.

Alexandre de Castro
Lisboa, Outubro de 2012


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