CONSELHO NACIONAL DO CDS – o anúncio da próxima crise …

O CDS reuniu ontem, sob o fogo de alguma contestação interna, o seu Conselho Nacional.

Para além de reiterar algumas das posições dúbias e tímidas que tomou sobre o OE-2013, prometendo fazer melhor no futuro, o facto mais significativo desta reunião terá sido os conselheiros, por maioria, terem rejeitado exprimir e publicitar um – solene e taxativo - ‘compromisso’ com o seu parceiro da coligação governamental (PSD), até ao final da legislatura. link

A reunião quis dizer que, por enquanto, o CDS ainda está no barco. Mas não demorou a levantar o véu ‘revelador/anunciador’ de uma próxima crise – ao que se adivinha sobre a confusa tarefa da ‘refundação do Estado’. Começaram a ganhar forma recentes e previsíveis divergências sobre a ‘transcendental’ missão ideológica - que Passos Coelho se comprometeu com a troika - de ‘reformar o Estado’ (social, entenda-se), tarefa que foi liminarmente 'cilindrada' pelo líder do CDS classificando-a como uma enfática e fastidiosa ‘redução da despesa estrutural do Estado’…

Bem, uma reunião que para além de ser o ‘necessário’ exercício de justificações perante os seus militantes face ao desastroso OE-2013, que a bancada parlamentar CDS votou (e cuja nódoa jamais limpará), acabou por traduzir o crescente desconforto existente no seio da coligação governamental e de substantivo mais não fez do que anunciar uma próxima crise.

A reunião de ontem será com certeza publicamente apresentada - pelos arautos da coligação governamental - como uma batalha ganha para conservar o (cada vez mais precário) equilíbrio governamental. Na verdade, o CDS limitou-se a cumprir um ‘ritual pírrico’.

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