EPISÓDIO NATALÍCIO
Por uma vez estou de acordo com uma decisão governamental. O ministro da Defesa, Dr. Aguiar-Branco, prescindiu de ir prestar o seu reconforto natalício às nossas tropas em serviço no Afeganistão, alegadamente para poupar “uns milhares de euros” ao Estado.
Resta saber se não foi antes para se poupar a si próprio à maçada da viagem e do convívio com a “soldadesca”, ou até para se poupar a eventuais apupos com que os membros do governo costumam ser recebidos onde quer que se desloquem.
É certo que os tais “milhares de euros” são uma irrelevante gotícula de água para o oceano da voracidade de Gaspar. Mas o mais importante é que seria uma despesa inteiramente inútil, pois duvido que a marcial presença daquele meu Ilustre Colega fosse de molde a “levantar o moral” de alguém. Ainda se fosse alguma das mais jovens secretárias de Estado...
Mas este inócuo episódio, da ordem dos “fait-divers”, suscita-me uma questão mais importante. Não estará a nossa presença militar no Afeganistão largamente “acima das nossas possibilidades”? Parece-me bem que sim. Que tem a Troika a dizer sobre isto? Já que estamos em maré de poupança, era por aí que devíamos começar. Podiam mandar para lá uns alemães, que têm “superavit”, para nos substituir. E de passagem até podiam alugar-nos dois submarinos que aí temos sem qualquer préstimo para o país. Sempre era um “encaixe” para ajudar a baixar o défice...
Resta saber se não foi antes para se poupar a si próprio à maçada da viagem e do convívio com a “soldadesca”, ou até para se poupar a eventuais apupos com que os membros do governo costumam ser recebidos onde quer que se desloquem.
É certo que os tais “milhares de euros” são uma irrelevante gotícula de água para o oceano da voracidade de Gaspar. Mas o mais importante é que seria uma despesa inteiramente inútil, pois duvido que a marcial presença daquele meu Ilustre Colega fosse de molde a “levantar o moral” de alguém. Ainda se fosse alguma das mais jovens secretárias de Estado...
Mas este inócuo episódio, da ordem dos “fait-divers”, suscita-me uma questão mais importante. Não estará a nossa presença militar no Afeganistão largamente “acima das nossas possibilidades”? Parece-me bem que sim. Que tem a Troika a dizer sobre isto? Já que estamos em maré de poupança, era por aí que devíamos começar. Podiam mandar para lá uns alemães, que têm “superavit”, para nos substituir. E de passagem até podiam alugar-nos dois submarinos que aí temos sem qualquer préstimo para o país. Sempre era um “encaixe” para ajudar a baixar o défice...
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Parabens!