UM MAGNÍFICO BRINDE DO GOVERNO
O governo especializou-se em insultar a inteligência dos portugueses – “o melhor povo do mundo”, como disse o ministro Gaspar, certamente pensando que o povo português é o mais estúpido.
Entre outras manifestações de esperteza saloia, decidiu prometer um “brinde” a todos os cidadãos que exijam faturas das despesas que façam: nada mais nada menos que 5% do IVA que pagarem nessas despesas, que serão deduzidos à coleta do IRS.
Só que... há certas limitações.
Por um lado, o montante máximo do brinde é de uns magros 250 euros.
Por outro lado, só contam para o efeito as despesas de hotelaria e restauração, manutenção e reparação de automóveis e motociclos, cabeleireiros e institutos de beleza.
E mesmo essas despesas só contam se forem feitas pelas pessoas “fora do âmbito da sua atividade empresarial ou profissional”, isto é, nas horas de ócio.
Ah, e as faturinhas têm de ser conservadas a bom recato durante quatro anos!
Ora, fazendo as contas, facilmente se chega à conclusão de que, para atingir esse máximo de 250 euros, é preciso gastar pelo menos, fora da vida profissional, 26.740 euros ao longo do ano, ou seja uma média de cerca de 2.230 euros por mês.
Resumindo: para Gaspar largar os 250 euros tem o cidadão de dispender, em média, nos seus lazeres, cerca de 2.230 euros por mês em hotéis, restaurantes, oficinas de viaturas, cabeleireiros e institutos de beleza!
Isto é: o “pleno” do prémio só está ao alcance de ricos “play-boys” que passem a vida a passear e a banquetear-se em restaurantes de luxo e de endinheiradas “madames” que mais não façam do que embonecar-se em cabeleireiros e institutos de beleza!
Mas não imagino essas pessoas a darem-se ao trabalho de andar a colecionar faturas e a arquivá-las cuidadosamente durante quatro anos para no fim do ano terem um abatimento de 250 euros!
Por outro lado, o cidadão comum, ao ver-se assim tomado por parvo, é muito capaz de reagir emotivamente e, em represália pelo insulto, não pedir fatura nenhuma!
Concluindo: a medida, além do mais, é estúpida e inepta - como aliás quase todas as medidas deste governo.
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