Joaquim Benite
Joaquim Benite morreu. link
Durante o dia, já muito foi dito e lembrado sobre este relevante homem do teatro, jornalista, cidadão e não cabem aqui repetições.
Recordo-o das velhas lutas em defesa do teatro amador no seio da Associação Portuguesa de Teatro Amador (APTA) que foi um dos fundadores e o primeiro presidente. Hoje, ao ouvir na rádio a notícia do seu falecimento, vieram-me à memória aquelas reuniões ‘clandestinas’, nos idos anos 70, na sede do grupo de teatro Campolide, onde se procurava delinear uma estratégia comum para os grupos amadores que desse sentido cultural a esta intervenção artística.
Recordo-me, ainda, da maneira como um – então jovem – estudante vindo da província (Coimbra), em representação do teatro universitário (TEUC), foi franca e abertamente recebido no seio dessa associação. E como o convívio estabelecido e a camaradagem aí vivida contribuiu para consolidar uma sã perspectiva de um alargado e interventivo conceito de teatro amador (ou de amadores) .
Joaquim Benite foi um homem politicamente determinado, de uma firmeza inflexível e de uma inquebrantável solidez quer na vida política, quer no ‘ambiente teatral’. Foi um encenador com uma profunda e consistente formação assente no ‘teatro brechtiano’. Muitas das peças que encenou revelaram esta faceta. Para além disso, foi um incansável pedagogo da arte dramática tendo-se desdobrado em múltiplas acções de formação.
Não será possível pensar e escrever a história do teatro português dos últimos 50 anos passando ao lado deste homem. Hoje, baixou o pano sobre um transitório episódio mundano mas no futuro continuarão em cena os seus valiosíssimos ensinamentos artísticos bem como a sua admirável coerência humana.
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