Espanha – Considerações sobre o Golpe 23-F de 1981
Com quase 94 anos, faleceu no dia 1 de dezembro o general franquista Alfonso Armada, nono Marquês de Santa Cruz de Rivadulla, envolvido na tentativa de golpe de Estado de 23 de fevereiro de 1981 (23-F).
Da tentativa de interrupção do processo democrático e regresso ao fascismo puro e duro do cruel genocida do século XX, Francisco Franco, ficou a imagem do grotesco tenente-coronel Tejero Molina, de tricórnio, aos tiros, com 200 guardas civis, no Congresso dos Deputados. Alfonso Armada foi esquecido, como se não fosse o chefe do golpe que teve como efeito mais visível o sequestro dos deputados, na tentativa de impedir a posse do governo de Calvo-Sotelo, para dar lugar a um governo presidido por si.
Alfonso Armada foi o perceptor indicado pelo ditador Franco para educar o futuro rei Juan Carlos, de quem se tornou amigo e assessor. Foi um dos generais mais influentes de Espanha e, durante 17 anos, secretário-geral da Casa Real, lugar de que abdicaria por confrontos com o primeiro-ministro, Adolfo Suarez, e pelo hábito de enviar cartas com o selo da Casa Real a solicitar o voto na Aliança Popular, nas eleições 1977.
Em 1983 foi demitido e condenado a 30 anos de prisão, sendo perdoado pelo Governo em 1988, alegando razões de saúde. Viveu ainda mais 25 anos.
Se o regresso à monarquia foi um ato ignóbil do cruel genocida Francisco Franco, a sua continuidade ficou a dever-se à narrativa do golpe 23-F, onde Juan Carlos aparece como paladino da democracia, esquecidos os discursos de bajulação ao ditador e a formação fascista nas madraças franquistas às mãos de fascistas como Afonso Armada.
A memória da Guerra Civil, a conivência entre a Igreja católica e o franquismo, o medo e a urgência da transição pacífica fizeram democrata o rei e de Franco um estadista.
Mas já é tempo de julgar os crimes de Franco e de se contar a verdade sobre a atuação de Juan Carlos antes de se dedicar às várias espécies de caça, dos negócios aos elefantes e a outra espécies cinegéticas em que a rainha e a galinha não eram as únicas da sua ementa.
Da tentativa de interrupção do processo democrático e regresso ao fascismo puro e duro do cruel genocida do século XX, Francisco Franco, ficou a imagem do grotesco tenente-coronel Tejero Molina, de tricórnio, aos tiros, com 200 guardas civis, no Congresso dos Deputados. Alfonso Armada foi esquecido, como se não fosse o chefe do golpe que teve como efeito mais visível o sequestro dos deputados, na tentativa de impedir a posse do governo de Calvo-Sotelo, para dar lugar a um governo presidido por si.
Alfonso Armada foi o perceptor indicado pelo ditador Franco para educar o futuro rei Juan Carlos, de quem se tornou amigo e assessor. Foi um dos generais mais influentes de Espanha e, durante 17 anos, secretário-geral da Casa Real, lugar de que abdicaria por confrontos com o primeiro-ministro, Adolfo Suarez, e pelo hábito de enviar cartas com o selo da Casa Real a solicitar o voto na Aliança Popular, nas eleições 1977.
Em 1983 foi demitido e condenado a 30 anos de prisão, sendo perdoado pelo Governo em 1988, alegando razões de saúde. Viveu ainda mais 25 anos.
Se o regresso à monarquia foi um ato ignóbil do cruel genocida Francisco Franco, a sua continuidade ficou a dever-se à narrativa do golpe 23-F, onde Juan Carlos aparece como paladino da democracia, esquecidos os discursos de bajulação ao ditador e a formação fascista nas madraças franquistas às mãos de fascistas como Afonso Armada.
A memória da Guerra Civil, a conivência entre a Igreja católica e o franquismo, o medo e a urgência da transição pacífica fizeram democrata o rei e de Franco um estadista.
Mas já é tempo de julgar os crimes de Franco e de se contar a verdade sobre a atuação de Juan Carlos antes de se dedicar às várias espécies de caça, dos negócios aos elefantes e a outra espécies cinegéticas em que a rainha e a galinha não eram as únicas da sua ementa.
Comentários
Tanto quanto julgo, não.